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Ciganos viraram tema de eleições municipais na França

O delicado tema da população cigana ganhou a manchete dos jornais franceses após declarações polêmicas do ministro do Interior Manuel Valls de que essa comunidade deve deixar o país. A luta contra a pobreza, que será discutida na Assembleia Geral da ONU, também é assunto em destaque nos jornais do país.

Um acampamento ilegal de ciganos em  Roubaix, no norte da França.
Um acampamento ilegal de ciganos em Roubaix, no norte da França. Photo: Reuters
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Le Figaro escreve em sua manchete que o ministro do Interior Mauel Valls acionouo o sinal de alerta sobre a população cigana na França. Segundo o ministro, não há outra solução senão desmantelar os acampamentos clandestinos dos ciganos e ajudá-los a deixar o país.
Le Figaro insiste em outras declarações fortes do ministro. Valls considera "ilusório pensar que o problema (dos ciganos) será resolvido apenas através da integração deles".

O problema chegou a tal ponto que a fratura direita e esquerda foi abolida, afirma o jornal conservador. Le Figaro, no entanto, aproveita para lembrar a reação indignada dos socialistas quando o governo Sarkozy quis acabar com os acampamentos ilegais dos ciganos.

Na época, François Hollande considerou a medida ao mesmo tempo "ilegal e imoral". Em editorial, Le Figaro afirma que o discurso socialista mudou e que o atual governo diz a verdade: a inserção dos ciganos é um fracasso. E em tom irônico o jornal pergunta: será que é a proximidade das eleições municipais que fez o ministro do Interior abrir os olhos ?

Libération afirma que a direita explora a fundo o tema com fins eleitorais enquanto o ministro do Interior considera o estilo de vida dos ciganos "muito diferente" ao comparar com o dos franceses.
A seis meses das eleições municipais, os partidos conservadores fazem da população cigana um tema eleitoral porque ela incarna perfeitamente a imigração como fonte de insegurança, afirma o Libé.

O jornal questiona se a esquerda irá resistir a esta exploração política de uma população pobre e marginalizada. No título da reportagem está a constatação do Libération: os ciganos são as vítimas colaterais da eleições municipais na França.

A ONU faz hoje um balanço dos Objetivos do Milênio que visam reduzir pela metade a pobreza em todo o mundo até 2015. Esta foi a ocasião para o jornal católico La Croix analisar diversos pontos deste compromisso de todos os países membros da Nações Unidas.

La Croix lembra que há exatamente 13 anos a comunidade internacional se comprometeu a combater a pobreza formulando 8 objetivos para o desenvolvimento.

Um especialista ouvido pelo jornal católico afirma que houve grandes avanços mas apenas o primeiro objetivo foi atingido até o momento, o de reduzir pela metade a extrema pobreza e a fome. A proporção de pessoas vivendo com 1 dólar e 25 centavos por dia, limite da pobreza extrema, diminuiu pela metade entre 1990 e 2010. Neste período, milhões de brasileiros, chineses e indianos deixara a miséria, afirma o jornal.

Ou seja, o objetivo foi atingido 5 anos antes do prazo fixado. O La Croix lembra no entanto que muitos esforços devem ainda se feitos em outros temas como a garantia de educação primária a todas as crianças do mundo, a erradicação da propagação da AIDS e da malária e também a redução de dois terços da mortalidade de crianças com menos de 5 anos de idade.

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