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Pascal Lamy deixa a OMC com críticas à 'falta de visão' do G20

Agora que a intervenção militar na Síria está em banho-maria, os jornais franceses privilegiam outras manchetes nesta sexta-feira, 30 de agosto, com boas notícias na área econômica. Les Echos e Le Figaro destacam hoje em primeira página os sinais de recuperação da economia francesa. No Les Echos, o francês Pascal Lamy, que neste domingo passa o cargo de diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) para o brasileiro Roberto Azevedo, faz um balanço da crise na Europa e do comércio multilateral.

O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, passa o cargo para o brasileiro Roberto Azevedo neste domingo, 1° de setembro.
O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, passa o cargo para o brasileiro Roberto Azevedo neste domingo, 1° de setembro. REUTERS/Denis Balibouse
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Les Echos informa que as empresas francesas cotadas na bolsa de valores de Paris literalmente viraram a página da crise, empolgadas com a retomada da economia americana. Os empresários franceses estão mais confiantes, segundo o diário, com base nos resultados semestrais positivos das companhias. Embora algumas empresas ainda registrem em seus balanços semestrais uma queda nos lucros, como é o caso da L'Oréal ou da ArcelorMittal, por exemplo, globalmente a perspectiva é de recuperação no segundo semestre do ano.

Pascal Lamy afirma em uma longa entrevista ao Les Echos que a França tem importantes recursos para enfrentar a concorrência no comércio internacional. Ele discorda da ideia de que o país foi prejudicado pela globalização. O que prejudica a economia francesa não é o custo barato do trabalho nos países emergentes, mas certas deficiências de competitividade. Lamy receita uma maior especialização da economia francesa. "O país deve fazer escolhas, não pode ser bom em tudo. Deve investir em produtos de alto valor agregado", aconselha Lamy. Próximo dos socialistas, aos 66 anos Lamy é frequentemente apontado como uma ótima opção para o cargo de primeiro-ministro, principalmente após dois mandatos à frente da OMC.

Sobre o comércio em geral, Lamy pondera que não é o aumento do volume de exportações que importa, e sim o valor agregado dos produtos. "É isso que determina o crescimento do PIB", destaca Lamy.

Na entrevista, o francês critica o que chama de "burocratização" do G20. "O grupo passa horas discutindo a repartição das quotas no Fundo Monetário Internacional, em vez de discutir questões fundamentais para a economia mundial a longo prazo. Falta visão de futuro aos líderes políticos atuais, lamenta.

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