Um estudo da Fundação da França mostra que a solidão avança na França, principalmente entre jovens e idosos. São mais um milhão de solitários que em 2010, fazendo o número alcançar cinco milhões de pessoas com pouca ou nenhuma atividade em círculos sociais como família, trabalho, amizade, afinidade ou vizinhança.
Atualmente, 27% dos franceses só mantém uma dessas redes sociais. Por exemplo, 39% da população não tem contato com a família, 37% não se relacionam com os vizinhos e 25% não dispõem de um círculo ativo de amigos. Os dados são de um novo levantamento da Fondation de France.
A crise econômica é um fator que acentua a solidão entre as pessoas. Baixo rendimento e desemprego estimulam o afastamento de uma pessoa dos círculos sociais. Isso explica a quantidade crescente de jovens que entram na categoria de solitários – 6% entre os jovens de 18 a 29 anos.
A solidão entre os idosos e nas grandes cidades não é novidade e é uma tendência que não recua. Entre os idosos de mais de 75 anos, 24% são solitários, contra apenas 16% em 2010. Nas grandes cidades, 13% dos habitantes das grandes metrópoles se dizem solitários. Eles eram apenas 8% em 2010.
O uso de redes virtuais – redes sociais, sites de namoro e fóruns – tem aumentado globalmente, e de maneira nítida entre as pessoas isoladas – 20% dos solitários frequentam esses meios regularmente. Mas a pesquisa revela que isso não diminui o sentimento de solidão entre os usuários.
O estudo levou em conta entrevistas telefônicas com cinco mil pessoas com mais de 18 anos, entre 7 de janeiro e 26 de fevereiro.
Para entender um pouco o mundo da solidão, conversamos com German Arce Ross, que é psicanalista, psicólogo clinico, pesquisador na Universidade Paris 10, membro da Associação da Causa Freudiana e membro da Associação Mundial de Psicanálise.
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