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Combate à evasão fiscal pode ajudar países europeus a diminuir déficit

A batalha da União Europeia para combater a fraude fiscal é o assunto em destaque da imprensa francesa desta quarta-feira, 22 de maio. Os jornais destacam os esforços de cooperação dos 27 países do bloco para resgatar somas consideradas colossais que fogem do Fisco através de paraísos fiscais. Em uma Cúpula hoje em Bruxelas, os países mais atingidos por esse problema vão exigir mudanças.

Capa dos jornais franceses Libération, Le Figaro e L'Humanité desta quarta-feira,22
Capa dos jornais franceses Libération, Le Figaro e L'Humanité desta quarta-feira,22
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O Le Figaro calcula que a evasão fiscal ultrapasse um trilhão de euros e para não deixar escapar esse valor que tanto faz falta aos cofres públicos, a Europa decidiu então lutar contra os chamados paraísos fiscais. Segundo o jornal, na Cúpula hoje em Bruxelas, a França, a Alemanha e a Grã-Bretanha vão pedir o fim do sigilo bancário e uma troca automática de informações fiscais entre os países do bloco.

Mas o jornal conservador prevê que as discussões serão "difíceis" porque a Áustria e Luxemburgo são contra. Esses dois países já disseram que só aceitam mais transparência se praças financeiras fora da União Europeia como Suíça, Mônaco ou Liechtenstein também assinarem o compromisso. Em editorial, o Le Figaro diz que os europeus não conseguem chegar a um acordo sobre política econômica europeia, mas em pelo menos um assunto encontraram um ponto em comum: a guerra contra os paraísos fiscais.

O jornal Libération sugere em sua manchete que a crise, que atinge fortemente a Europa, está na origem desta tentativa de coordenação dos governos para recuperar somas colossais que fogem dos impostos. Neste período de déficits cada vez maiores e políticas de austeridade que sufocam os cidadãos, os países tentam harmonizar suas políticas para resgatar o dinheiro que deveria entrar nos cofres públicos. São somas escondidas ilegamente pelos mais ricos e defendidas através de multinacionais graças ao talento de advogados especializados, escreve o jornal.

O comunista L'Humanité critica a ausência de um tema que considera muito importante nesta Cúpula de Bruxelas sobre evasão: o chamado dumping fiscal, ou seja, a guerra entre os países de dentro da União europeia para atrair fortunas e capitais de multinacionais. Segundo o jornal comunista, desde que foi criada a moeda única, o euro, teve início uma concorrência fiscal entre os países. Um exemplo é o imposto sobre os lucros das empresas.

Enquanto a França cobra 33% de imposto, a Irlanda e Chipre cobram pouco mais da metade, 12,5%.
Por isso o L' Humanité escreve em sua manchete que a reunião de hoje deve terminar com uma tradicional declaração de intenções enquanto o dumping fiscal ainda terá um futuro tranquilo pela frente.

 

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