Acordos internacionais não impedem recorde de CO2 na atmosfera
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A ONU deu um alerta para o mundo nesta semana: se nada mudar, a concentração de CO2 na atmosfera poderá se manter num nível de alta recorde nos próximos anos, de 400 partes por milhão. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, este índice marca uma tendência preocupante para o planeta em direção ao aquecimento global.
Conforme os cientistas, a última vez que ocorreu uma concentração tão alta de dióxido de carbono foi entre 3 e 5 milhões de anos atrás, durante a era do Plioceno, quando a temperatura era de 3 a 4 graus acima da atual. Elimar Nascimento, do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UNB, lembra que a elevação nos termômetros vai causar impactos sobretudo nos países mais pobres, os menos responsáveis pela situação.
Para especialistas, o fraco engajamento dos países em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, sobretudo os Estados Unidos e a China, os maiores poluidores, se deve em parte à falta de um organismo internacional que os obrigue a cumprirem as metas, conforme Eliezer Diniz, pesquisador em Desenvolvimento Econômico Sustentável da USP.
Os dois pesquisadores destacam que a melhoria da situação econômica dos países pobres tem o efeito perverso de torná-los cada vez mais poluidores. Foi o que aconteceu com o Brasil. Eliezer Diniz acha que a matriz energética brasileira caminha para o esgotamento e o país deve recorrer cada vez mais às energias fósseis, as que mais emitem CO2.
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