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Alimentação

FAO recomenda o consumo de insetos para combater escassez de alimentos

A FAO, Agência das Nações Unidas responsável pela agricultura, lançou hoje uma campanha que encoraja o consumo e a produção de insetos em larga escala. Para o órgão, essa opção alimentar é viável e de custo mais baixo que a pecuária tradicional.

O consumo de insetos grelhados no Laos faz parte da cultura gastronômica do país.
O consumo de insetos grelhados no Laos faz parte da cultura gastronômica do país. Flickr
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“Comam insetos!” Essa é a recomendação da FAO para combater o problema de escassez de alimentos e de fontes de proteína animal. Segundo a agência da ONU, os insetos representam “um elemento nutricional barato, ecológico e, sobretudo, delicioso”, diz a agência. Dados da instituição mostram que dois bilhões de pessoas no planeta já têm nos insetos uma base importante da alimentação. “Nossa mensagem é simples: comam insetos! Eles existem com abundância, são uma fonte rica de proteínas e minerais”, defendeu Eva Ursula Müller, diretora do departamento de políticas econômicas para as florestas durante apresentação do estudo hoje em Roma.

De acordo com cálculos da FAO, existem no planeta 900 espécies de insetos comestíveis. Graças à alta taxa de reprodução, a produção em larga escala dos insetos teria um baixo impacto ecológico, diferentemente da pecuária bovina, por exemplo. Para produzir 1 kg de insetos, é necessário 1 kg de ração. Já para produzir 1 kg de carne bovina, são necessários 8 kg de alimentos. A ONU também enumera outras vantagens como o baixo consumo de água e a baixa emissão de gases que provocam o efeito estufa.

Em algumas regiões da África, da Ásia e da América Latina, os insetos são  uma fina iguaria. Presente à apresentação do relatório, o ministro das Florestas do Gabão, Gabril Tchango, disse que a venda do produto faz parte da alimentação diária da população: “cupins grelhados são um produto muito apreciado da nossa floresta”, declarou. No Gabão, 10% do consumo de proteína animal é oriundo dos insetos.

Para quem ainda é reticente à inclusão de insetos no cardápio, a FAO esclarece que eles podem ser consumidos inteiros, em pó e até como recheio de massas. O relatório também destaca a facilidade de produção. “Eles podem ser extraídos ao natural, beneficiados e vendidos pelos mais pobres, incluindo mulheres e pequenos agricultores. O investimento necessário [para a produção] é mínimo”, diz o estudo.

 Até 2030, mais de 9 bilhões de pessoas vão habitar o planeta e precisarão comer diariamente. Para alimentar esse contingente, rebanhos de bilhões de animais terão que ser produzidos, o que representa uma necessidade crescente de água e de terras para pastagens, reduzindo o espaço para a agricultura.

 

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