Suspeita de uso de armas químicas na Síria é destaque na imprensa francesa
O jornal Libération continua a sua série de reportagens sobre a situação dos civis vítimas do conflito entre as forças do regime de Bashar-al Assad e seus opositores. O jornal enviou uma equipe a Aleppo, no norte da Síria, para ouvir o testemunho de moradores e de médicos.
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Já na capa, o Libération traz a foto de um homem com uma espuma branca no rosto e olhos avermelhados. Segundo o jornal, ele poderia ter sido vítima de um ataque com uma arma química em Aleppo, no norte da Síria.
A reportagem do jornal relata um dia de atendimentos em um hospital de Afrin algumas horas após um ataque ao bairro de Sheikh. Segundo os médicos ouvidos pelo Libé, é quase certo que as pessoas foram vítimas de intoxicação por gás sarin. Mas, como não há kits para identificar a contaminação por produtos químicos, vai ser difícil confirmar a suspeita, dizem os especialistas. No momento, prevalecem os testemunhos que relatam que as vítimas apresentavem uma espuma branca no rosto e sistomas de exposição a um gás neurotóxico. As vítimas que sobreviveram contaram que ficaram sufocadas e que viram outras pessoas caírem prostradas no chão em alguns instantes. O jornal lembra ainda que o gás é inodoro e incolor, mas tem consequências fatais. Um mero contato com a pela pode provocar um ataque cardíaco instantâneo.
O jornal Le Figaro também faz uma menção ao conflito sírio na capa e destaca a conferência internacional que poderá ser organizada até o final deste mês com representantes do regime sírio e da oposição. Uma foto nas páginas internas traz o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, de mãos dadas com seu homólogo russo, Sergeui Lavrov em uma entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira em Moscou. Segundo o jornal, a diplomacia russa e americana trabalham "sem cessar" para tentar praparar a conferência.
Em outra reportagem sobre a Síria, o jornal narra as dificuldades enfrentadas pelos médicos que tratam dos feridos do conflito. Um médico de Hama diz ao diário que, diante do alto número de vítimas e da falta de mão-de-obra, até veterinários têm atuado como cirurgiões.
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