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Revolta de Mélenchon contra governo socialista é manchete de jornais franceses

O escândalo político desencadeado pela confissão, pelo ex-ministro do Orçamento da França, Jérôme Cahuzac, de que havia uma conta bancária não declarada na Suíça permanece o principal assunto na imprensa francesa neste sábado. Libération e Le Figaro destacam nas suas capas as críticas pesadas ao Partido Socialista feitas por um ex-membro do PS, Jean-Luc Mélenchon, que hoje é o líder da extrema-esquerda francesa.

Jean-Luc Mélenchon já foi membro do Partido Socialista e hoje dirige a Frente de Esquerda.
Jean-Luc Mélenchon já foi membro do Partido Socialista e hoje dirige a Frente de Esquerda. REUTERS/Bruno Martin
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“Mélanchon declara guerra a Hollande”, diz a manchete do diário conservador Le Figaro. A reportagem relata que o líder da Frente de Esquerda pediu ontem a “purificação” da política francesa, e convocou para o próximo 5 de maio, véspera do primeiro aniversário da eleição do presidente François Hollande, uma grande manifestação contra a “atmosfera insuportável” que reina no país. O ex-candidato à presidência ainda pediu para os manifestantes levarem vassouras como símbolo da limpeza que desejaria ver na política. Também o editorial do Figaro é duro com o governo socialista: questiona a autoridade do presidente e comenta que "está entrando água no barco presidencial".

Já o jornal progressista Libération constata a “escalada no tom” do discurso de Mélenchon e critica a nova postura do ex-aliado socialista. Em editorial, o Libé afirma que, "em plena crise política, é de República, e não de guerra civil, que a França hoje precisa". O jornal reconhece que os franceses possam estar cansados dos "escândalos políticos que nenhum julgamento e nenhuma lei consegue interromper", mas considera que não cabe a Mélenchon refundar a vida política francesa, mas sim a todos.

Enquanto isso o Le Monde prossegue a publicação de denúncias em uma série de reportagens sobre paraísos fiscais, chamada de "Offshore Leaks". Segundo o diário, um escritório financeiro que gerencia a conta bancária na Suíça do ex-ministro Jérôme Cahuzac realizou transferências de dinheiro para paraísos fiscais como Cingapura em 2009, quando as regras bancárias suíças se tornaram mais rígidas. De acordo com o jornal, "vários ricos parisienses" colocam suas fortunas nas mãos da corretora em questão, a Reyl & Cia.
 

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