Aquecimento global pode estar por trás de frio atípico na primavera europeia
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Desde 1987, a França não tinha um início de primavera tão frio como este ano. Na Rússia ou na Polônia, a neve não para de cair, apesar de a nova estação ter se iniciado há mais de 10 dias. E a Alemanha viveu a última quinzena de março mais gelada desde 1883. Por mais estranho que pareça, alguns climatologistas relacionaram essa situação atípica com o aquecimento global.
De acordo com estes cientistas, o degelo acelerado do Ártico está modificando a circulação atmosférica e facilitando o deslocamento de massas de ar polar para o os países do hemisfério norte. Há quatro anos, os invernos são mais úmidos do que a média na parte norte do planeta. Ouça a explicação do físico da USP Paulo Artaxo, especialista em clima.
Etienne Kapikian, climatologista do instituto Météo France, afirma que há uma massa de ar de alta pressão bloqueada na altura da Escandinávia, e baixa pressão no sul da Europa. Isso provoca o fluxo inverso em relação ao normal e traz para a Europa ventos do norte, polares, ao invés de ventos do oeste e sudoeste. O especialista lembra que esse fenômeno é normal durante o inverno, mas o incomum é ele durar até março. Etienne Kapikian acha que ainda é cedo para estabelecer qualquer relação entre o frio e as mudanças climáticas.
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