Protesto contra casamento gay foi um sucesso mas não serviu para nada
O sucesso da manifestação contra o casamento gay rendeu reportagens de capa nos prinicpais jornais franceses desta segunda-feira. A imprensa católica e conservadora destaca que a mobilização superou as expectativas e pressiona o governo a ouvir as reivindicações dos manifestantes.
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Com uma foto que ilustra a participação massiva, de crianças até idosos, a manchete do Le Figaro escreve que para os organizadores um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas de Paris. Mas o número de participantes da passeata pouco importa, diz o jornal conservador.
O que ficou evidente foi a mensagem clara dos franceses que se sentem abalados pelo ataque às suas convicções mais profundas com o projeto de lei do governo. Para esse parte da população o casamento, visto como a união entre um homem e uma mulher com o objetivo da procriação, é uma convicção.
Em um editorial mais longo do que o habitual, Le Figaro contesta o argumento do governo de que o projeto do casamento gay fazia parte do programa de campanha do presidente François Hollande e por isso tem que ser levado adiante. O jornal lembra que a proposta de conceder o direito de voto aos estrangeiros também fazia parte das promessas do socialista Hollande e foi abandonada pelo próprio governo.
Desafio vencido, escreve em sua manchete o jornal católico La Croix. O desfile dos opositores ao casamento entre pessoas do mesmo sexo atingiu seus objetivos, ou seja, reuniu uma multidão em um clima pacífico.
Em editorial, o La Croix afirma que o governo, ao se limitar a ver nessa mobilização um público homogêneo e homofóbico, não entende as raízes profundas da preocupação em relação à família. O jornal defende que seja elaborado um novo estatuto para reforçar a união civil e os direitos dos homossexuais até em relação às crianças adotadas por eles.
Diante do sucesso dessa manifestação, o Aujourd'hui en France pergunta em sua capa : e agora? Mas virando a página o próprio jornal responde: essa forte mobilização não serviu para nada. Isso porque o governo já anunciou que não vai ceder nem aos apelos de um referendo siobre o assunto.
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