Há menos de uma semana de uma manifestação que deve reunir milhares de opositores do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Paris, o assunto está polarizando a França. Na verdade, mais do que se os gays devem ou não ter direito a casar e adotar, o que tem tomado as manchetes nos últimos dias é se o assunto deve ou não ser debatido nas escolas.
Tudo começou quando o secretário geral para o ensino católico, Eric de Labarre, enviou uma carta a 8,3 mil diretores de escolas particulares reiterando sua posição contrária ao casamento entre homossexuais e conclamando as escolas a discutirem o assunto. Vale lembrar que, na França, todas as escolas católicas - que têm cerca de 2 milhões de alunos - são particulares, já que o estado é laico por princípio.
Na última sexta-feira, o ministro da Educação, Vincent Peillon, enviou uma carta pedindo que as escolas mantenham "toda a neutralidade", para não virarem uma massa de manobra neste assunto tão polêmico. E disse que o comunicado de Labarre foi uma "falta". Foi aí que a coisa desandou.
Na terça-feira, durante todo o dia, líderes da direita - principalmente Luc Chatel, que foi ministro da Educação no governo Sarkozy e é filiado ao mesmo partido do ex-presidente, a UMP - reforçaram o discurso contra Peillon, acusando-o de ressuscitar a "Guerra Escolar". A Guerra Escolar é a oposição histórica entre Igreja e Estado, que perdura na França desde a Revolução Francesa.
Ouça a reportagem, com declarações dos portavozes da UMP, David Assouline, e do Partido Socialista, David Assouline e da presidente da Federação dos Pais e Alunos do Ensino Público, Valerie Marty.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro