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África/Rebelião

França não apoiará regime da República Centroafricana

O presidente francês François Hollande anunciou nesta quinta-feira que seu país não apoiará o regime do presidente centroafricano François Bozizé contra a coalizão rebelde do Seleka. A Força Multinacional da África Central (FOMAC), criada em 2008 para ajudar a consolidar a paz em países africanos sob guerra civil e rebeliões, concordou em enviar reforços para "garantir a segurança" da capital Bangui. Mas, para Hollande, a França, que tem uma base militar e um efetivo de 250 homens na cidade, não tem a missão de proteger um governo específico.

Partidários de François Bozizé protestam diante da embaixada francesa em Bangui
Partidários de François Bozizé protestam diante da embaixada francesa em Bangui REUTERS/Stringer
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"Se estamos lá", declarou o presidente, em visita ao mercado de Rungis, nos arredores de Paris, "não é para proteger um regime, mas para proteger nossos cidadãos e interesses lá. Não para interferir nas questões internas de um país". A declaração é uma resposta ao apelo lançado por Bangui na quarta-feira, em que o ministro centroafricano da Administração do Território, Josué Binoua, pede ajuda da França para dialogar com os rebeldes.

Este pedido de ajuda foi lançado logo depois que o Chade, até então tradicional aliado de François Bozizé, se recusou a apoiar publicamente o regime. No comunicado, ele destaca a "importância da contribuição da França" no apoio às forças de defesa e segurança e o papel dos conselheiros militares franceses para as forças centroafricanas. Mas Hollande, à frente de uma antiga potência colonial, disse que a época da "Francáfrica", quando a metrópole mandava e desmandava no continente, "já terminou".

O presidente determinou nesta quarta-feira que o destacamento militar francês garanta a segurança da embaixada do país e dos 1,2 mil franceses que vivem na República Centroafricana. Centenas de manifestantes foram à frente do prédio em Bangui para protestar contra a inação da França com relação à situação política do país.

As Nações Unidas e os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira a retirada temporária do país de todos os funcionários considerados não-fundamentais e suas famílias.

Rebelião
A coalizão rebelde do Seleka ("aliança", na língua local sango), que pegou em armas em 10 de dezembro, pede o "respeito" aos acordos de paz assinados entre 2007 e 2011 que, segundo ela, não foram respeitados. Em duas semanas, a rebelião tomou cidades estratégicas, como Bria (vila diamantífera no centro), Bambari, que produz ouro no centro sul, Kaga Bandoro (centro norte) e se aproxima de Bangui pelas frentes norte e leste. Sem equipamento adequado, mal organizado e desmotivado, o exército regular não conseguiu resistir aos ataques em nenhuma das cidades.

 

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