O tratamento de reposição hormonal poderia proteger as mulheres contra a doença de Alzheimer se iniciado até cinco anos após a menopausa. Estas são as conclusões de uma pesquisa americana desenvolvida pelo projeto Cache County, da Universidade de Utah, e publicada na revista Neurology. O tratamento hormonal poderia reduzir em até 30% o risco de desenvolver a doença. O estudo foi realizado entre 1995 e 2000 com 1889 mulheres, com idade média de 74 anos, que residem no estado de Utah, nos Estados Unidos. Os pesquisadores observaram que o número de mulheres que apresentavam sintomas de senilidade era menor entre as que começaram a reposição hormonal antes dos 65 anos.Mas a reposição hormonal é um tratamento que gera controvérsias. Segundo um estudo elaborado pelo Women Health's Initiative, em 2002, as mulheres que fazem esta terapia estariam mais propensas a desenvolver câncer ou problemas vasculares. O novo estudo poderia então ajudar os médicos a pesar prós e contras no momento de receitar a reposição hormonal.O professor César Eduardo Fernandes, presidente da Associação ginecologia e obstetrícia do estado de São Paulo, explica porque quanto mais precoce é o tratamento, melhor a proteção contra o mal de Azheimer. Segundo ele, a reposição hormonal feita na hora certa também pode evitar outras doenças. Já a neurologista Sônia Brucki, pesquisadora da USP, especialsita em neurologia cognitiva e do comportamento, lembra que a terapia não deve ser vista como tratamento para o mal de Alzheimer, mas que o estudo traz novas perspectivas para a pesquisa sobre a doença.
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