Obama e Romney trocam farpas sobre política externa em último debate
O presidente americano, Barack Obama, abriu vantagem perante o adversário Mitt Romney no terceiro e último debate antes da eleição de 6 de novembro nos Estados Unidos. Em Boca Raton, na Flórida, Obama tentou atacar o ponto fraco do republicano, apresentando Romney como incompetente em política externa. Os dois candidatos também voltaram a se atacar na área econômica.
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O último confronto cara a cara entre Barack Obama e Mitt Romney, nesta segunda-feira, foi intenso. O presidente americano estava no ataque e chamou seu oponente, o ex-governador de Massachussetts, de defasado em suas políticas externas, sociais e econômicas. Além disso, Obama acusou Romney de estar sempre errado ao emitir opiniões e de tentar maquiar seu histórico de declarações contraditórias.
Mesmo assim, durante a discussão centrada em política externa, Romney conseguiu mostrar ter potencial para liderar e conseguiu chamar a atenção dos eleitores para as falhas do governo de Obama, como o distanciamento com Israel e o confuso posicionamento da Casa Branca depois do ataque à embaixada dos Estados Unidos na Líbia. Sobre a relação com o Irã, o republicano não economizou nas críticas: “Um dos problemas que tivemos com o Irã é que eles olharam para esse governo e sentiram que ele não era tão forte quanto deveria. Acho que eles viram um governo fraco quando esperavam ver uma América forte”.
Obama revidou a acusação de ter uma política externa fraca e desorganizada e defendeu o legado da sua diplomacia: “Quando assumi, o mundo estava dividido e o Irã estava em ascensão. Agora, o Irã está no seu nível mais baixo economicamente, estrategicamente e militarmente. E vamos continuar a manter essa pressão para garantir que eles não tenham uma arma nuclear”.
Mas, em questões importantes como a retirada das tropas do Afeganistão, as sanções para que o Irã desista de seu programa nuclear, negociações com a China e o papel dos Estados Unidos no cenário global, os dois candidatos mostraram ter visões muito semelhantes. A principal grande diferença diz respeito às despesas com a defesa. Enquanto Obama promove o corte de custos, Romney promete investir mais nas força militares americanas.
Em relação aos latinos, Romney pode ter ganho alguns pontos com a população hispânica da Flórida, que é um estado-chave, ao falar na importância de um sólido comércio entre os Estados Unidos e a América Latina, um ponto que foi ignorado por Obama durante o debate.
Pesquisas
Mas a estratégia de ataque implacável de Obama parece ter funcionado. A maioria dos analistas políticos americanos, assim como pesquisas imediatamente após o debate, deram a vitória ao atual presidente democrata.
Uma pesquisa do canal CBS News realizada logo após o debate indica que os dois candidatos melhoraram sua imagem perante a opinião pública em relação à capacidade de enfrentar uma crise internacional, mas não na mesma proporção: antes dos debates, 46% diziam confiar em Romney e eles passaram a ser 49% a ter essa opinião depois dos três encontros na TV. Obama cresceu ainda mais, passando de 58% de opiniões favoráveis e 71% quanto à sua capacidade de enfrentar crises.
Uma sondagem do canal CNN revela, por outro lado, que a duas semanas da votação a metade dos entrevistados considera que o debate dessa segunda-feira na Flórida não terá nenhuma influência particular no voto. Na metade restante deu empate: 25% dizem que votarão em Romney e 24% em Obama.
Os dois candidatos retomam a campanha nesta terça-feira. De hoje a quinta-feira, Obama visitará seis estados: Flórida, Ohio, Colorado, Nevada, Virgínia e Illinois. Romney faz um giro em Nevada, no Colorado e Iowa.
Colaboração da correspondente da RFI nos EUA Ligia Hougland.
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