Calma prevalece na França apesar de ameaças de protestos

Um forte esquema de segurança foi montado neste sábado em vários bairros de Paris para controlar os possíveis protestos de muçulmanos após a publicação de caricaturas do profeta Maomé por um jornal satírico francês. Apesar da proibição do governo, grupos na internet continuam convocando a população para se manifestar. Mas a calma prevaleceu na capital e em outras grandes cidades da França.

Policiais foram mobilizados em vários locais de Paris nesse sábado, como na praça do Trocadéro, em frente a torre Eiffel. REUTERS/Christian Hartmann

Tudo foi montado para conter os possíveis protestos previstos para esse sábado nas ruas de Paris. Dezenas de viaturas de polícia foram espalhadas em pontos considerados estratégicos da capital francesa. Policiais equipados para enfrentar os manifestantes podiam ser vistos na praça da Concórdia – ao lado da embaixada norte-americana –, na praça do Trocadéro – em frente a torre Eiffel –, mas também no bairro da maior mesquita da cidade.

Os protestos foram convocados após a publicação, na quarta-feira, pelo jornal satírico Charlie Hebdo, de caricaturas do profeta Maomé. Os desenhos apareceram apenas alguns dias após a divulgação, na internet, do vídeo A Inocência dos Muçulmanos, no qual a religião muçulmana era ridicularizada. O filme já havia provocado importantes contestações pelo mundo, inclusive em Paris. A capital francesa chegou a ser palco, no sábado passado, de manifestações nas redondezas da embaixada dos Estados Unidos. Cerca de 150 pessoas foram presas e um jovem de 24 anos foi condenado a cinco meses de prisão por ter participado do evento parisiense.

O governo francês proibiu a realização de novas passeatas nesse fim de semana em Paris e nas principais cidades do país. Mas isso não impediu que grupos continuassem a convocar os manifestantes via internet ou por mensagens telefônicas. Durante a grande reza de sexta-feira os imãs da França pediram calma aos fieis.

Protestos na Alemanha

Cerca de 1500 pessoas saíram às ruas na cidade de Dortmund, no oeste da Alemanha, em protesto contra o filme anti-islã. Segundo as autoridades locais, a manifestação foi calma e sem incidentes. Centenas de pessoas também organizaram passeatas em Friburgo e Münster e outras mobilizações ainda estão previstas para este fim de semana. 

Cabeça a prêmio

O ministro paquistanês das Ferrovias, Ghulam Ahmed Bilur, ofereceu neste sábado uma recompensa de cem mil dólares pela morte do diretor do vídeo produzido nos Estados Unidos que difama o Islã e o profeta Maomé. O ministro, falando com jornalistas, pediu que os talibãs e a rede Al-Qaeda participem dessa "nobre ação". Ele acrescentou que mataria o autor do vídeo com suas próprias mãos se tivesse a oportunidade.