Greve de mineiros se propaga na África do Sul

A greve de mineiros de Marikana, na África do Sul se propagou e chegou a uma mina vizinha, explorada pela Royal Bafokeng Platinun. Conflitos entre mineiros e polícia já fizeram 44 mortos no país.

Mineiros sul-africanos em greve nesta terça-feira, no nordeste de Johanesburgo. REUTERS/Siphiwe Sibeko

Cerca de 600 mineiros se reuniram nesta quarta-feira diante da mina e representantes dos grevistas foram recebidos pela direção para discutir. Quatro furgões da polícia foram mobilizados e estavam no local.

“Em um de nossos poços, alguns empregados não se apresentaram ao trabalho”, confirmou um porta-voz do grupo sul-africano Royal Bafokeng Platinum, Kea Kalebe, sem precisar quantos.

“Nós tentamos ainda saber o que acontece, a situação é calma, eles cantavam e claro, nós vigiamos a situação”, disse ela.

A mina, que emprega 7.000 trabalhadores, pertence ao reino sul-africano da tribo dos Bafokeng, que se situa na maior reserva de platina do mundo, perto da cidade de Rustenburg, que acolheu os jogos da Copa do mundo de 2010.

Os grevistas são perfuradores, como o pessoal que entrou em greve no dia 10 de agosto em Marikana, em outra mina de platina explorada pelo grupo britânico Lonmin. Durante a greve, os confrontos entre mineiros e polícia deixaram 44 mortos em 16 de agosto.

Segundo o jornal econômico sul-africano Business Day, a Thembelani, outra exploração de minérios, também está sob pressão de seus assalariados.

Eles exigem aumentos dos salários dos perfuradores para 12.500 rands (quase 2.900 reais) por mês, como em Marikana e deram até sexta-feira à empresa, o gigante anglo-sul-africano Anglo American Platinun (Amplats), para responder.

Segundo um porta-voz da empresa citado no jornal, a reivindicação foi feita em março.