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México/Política

Presidência do México pode voltar para partido acusado de corrupção

Neste domingo, oitenta milhões de mexicanos são chamados às urnas para eleger o novo presidente da República, além de 500 deputados, 128 senadores, 6 governadores e 2.127 prefeitos. O velho Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o país de forma autoritária durante 71 anos e é considerado um antro de corrupção, deve voltar ao poder, segundo todas as pesquisas.

Operário cola cartaz do candidato de direita Enrique Peña Nieto, do PRI, neste domingo, 1° de julho de 2012.
Operário cola cartaz do candidato de direita Enrique Peña Nieto, do PRI, neste domingo, 1° de julho de 2012. Reuters/Tomas Bravo
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Traumatizado pela violência ligada ao narcotráfico, o México realiza suas eleições sem perspectivas de uma nova abertura política, ao contrário. As pesquisas de intenção de voto apontam a vitória do corrupto Partido Revolucionário Institucional nesta votação de um único turno.

Candidatos

Três candidatos disputam a vaga no Palácio de Los Pinos, sede da presidência do México: Enrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Josefina Vázquez Mota, do Partido de Ação Nacional (PAN), do presidente Felipe Calderón,que não têm direito de se reeleger, e Andrés Manuel López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), da esquerda.

Enrique Peña Nieto, candidato do PRI, lidera as pesquisas de intenção de voto com 45%, bem à frente dos seus dois rivais. Seu partido, derrotado em julho de 2000, principalmente  por corrupção, não parece ter mudado de diretriz; continua beneficiando do apoio incondicional do principal grupo de televisão mexicano, diversos de seus governadores são ligados aos cartéis da droga e seu financiamento vem de uma oligarquia empresarial que domina o país desde 1929.

Andrés Manuel López Obrador, do PRD, coalizão de três partidos de esquerda, propõe uma ruptura radical para enfrentar a corrupção, que faz o México perder US$25 bilhões por ano; uma soma colossal que poderia financiar uma política mais igualitária. López Obrador aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.

Josefina Vázquez Mota, do PAN, de Felipe Calderón, da direita, deve ficar com a terceira posição nesta eleição. Primeira mulher de uma grande formação a concorrer à presidência, ela foi abandonada por diversos membros do seu partido, que aconselharam os eleitores a votar para o PRI. Josefina não soube se diferenciar do governo de Felipe Calderón, marcado pelo fracasso na guerra contra os cartéis da droga que deixou o país mergulhado num clima de insegurança e violência sem precedentes. O balanço de Calderón é trágico: mais de 50 mil mortes ligadas ao narcotráfico, além do crescimento da pobreza no país, que atinge 46% da população.

Legislativas

A renovação do Parlamento também é um desafio de peso, com 500 novos deputados e 128 senadores. Se o PRI vencer também nas legislativas, poderia ter pela primeira vez, desde 1997, a maioria absoluta do Parlamento.

As primeiras tendências de vitória devem ser conhecidas em torno de 20h no horário local, 22h em Brasília, graças às pesquisas de boca de urna. Os resultados oficiais serão divulgados às 23h45 no horário local, 1h45 em Brasília, pelo Instituto Federal Eleitoral.

O presidente eleito tomará posse no dia 1° de dezembro.

 

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