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Egito/ Manifestação

Egípcios se manifestam contra decreto que fortalece militares

Os egípcios se manifestam nesta terça-feira no Cairo contra o “golpe consitucional” da junta militar no poder que promulgou um decreto para assumir as funções do parlamento, dissolvido semana passada por determinação da Justiça. A manifestação foi convocada por organizações de jovens militantes pró-democracia com o apoio da Irmandade muçulmana, rival histórico dos militares que dominam o sistema desde a queda da monarquia em 1952.

Partidários do candidato dos Irmãos Muçulmanos, Mohamed Morsi, se manifestaram na segunda-feira(18) na Praça Tahrir, no Cairo.
Partidários do candidato dos Irmãos Muçulmanos, Mohamed Morsi, se manifestaram na segunda-feira(18) na Praça Tahrir, no Cairo. Reuters/Ahmed Jadallah
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As manifestações saem da praça Tahrir, no centro da capital, e se dirigem para o Parlamento. Os dois candidatos da eleição, que acabou domingo, o irmão muçulmano, Mohammed Morsi e o ex-primeiro ministro de Hosni Moubarak, Ahmad Chafiq, reivindicam a vitória, mas os resultados oficiais devem sair na quinta-feira.

O Conselho supremo das forças armadas (CSFA), no poder desde a queda de Hosni Moubarak, confirmou na segunda-feira sua vontade de entregar as chaves do executivo ao futuro presidente antes do fim de junho.

Mas o próximo chefe de Estado se encontrará, na prática, incapaz de passar nenhuma lei sem o acordo dos militares, que decidiram recuperar o poder legislativo depois da dissolução da Assembleia do povo, dominada pelos islamistas.

A dissolução foi declarada no sábado pelo Exército tendo como base uma decisão da Justiça invalidando as eleições legislativas, realizadas em novembro e em janeiro. Uma nova Assembleia não deve ser eleita antes do fim do ano.

A Irmandade muçulmana e outros movimentos acreditam que o “golpe de Estado constitucinal” do CSA, diminui a função do presidente. O Exército poderá intervir no processo de redação da futura Constituição e manterá sob seu poder o sistema repressivo através da polícia militar, autorizada a deter civis.

A junta militar se reseva também diretamente, o direito de nominação da alta hierarquia, se protegendo, desta maneira, de toda mudança que poderia formular o próximo presidente.

Transferência “rápida e ordenada”

A França pediu uma transferência “rápida e ordenada” de poder dos militantes egípcios às “autoridades civis eleitas democraticamente”, declarou o porta-voz do ministério de Relações Exteriores francês, Bernard Valero, durante uma conferência de imprensa.

“Nós manifestamos nossa preocupação depois das decisões tomadas que afetam a continuação da transição democrática”,

Uma transferência de poder militar aos civis “continua sendo a melhor forma de responder às aspirações do povo egípcio”, estimou Valero que encoraja “os atores políticos a se comprometerem nesta via privilegiando o diálogo”.
 

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