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China/EUA

Dissidente chinês cego deixa embaixada dos EUA em Pequim

O advogado e dissidente chinês Chen Guangcheng deixou na manhã de hoje a embaixada americana em Pequim depois de passar seis dias refugiado no local. A agência estatal chinesa afirma que Chen deixou a missão diplomática "por livre e espontânea vontade".

O dissedente chinês Chen Guangcheng posa com a esposa e a filha.
O dissedente chinês Chen Guangcheng posa com a esposa e a filha. REUTERS/www.ChinaAid.org
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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que está na capital chinesa para uma reunião bilateral, confirmou que os dois governos chegaram a um acordo sobre o ativista. Os Estados Unidos vão continuar a apoiar o dissidente, segundo Clinton. A presença do advogado na embaixada americana gerou um grande mal-estar entre a China e os Estados Unidos na véspera do diálogo estratégico e econômico anual previsto entre os dois países na capital chinesa, na quinta-feira e sexta-feira. Inicialmente, nem Estados Unidos nem China haviam reconhecido oficialmente a presença de Chen na missão americana, como haviam anunciado amigos do ativista de direitos humanos.

Hoje pela manhã, a agência estatal chinesa informou que Chen havia deixado a embaixada. Ele foi levado para um hospital escoltado pelo embaixador Gary Locke. Chen faria exames enquanto aguardava a chegada de familiares.  

Segundo um diplomata americano, a secretária de Estado Hillary Clinton, que está em Pequim para a reunião bilateral, conversou com Chen pelo telefone. Essa fonte negou que o militante tenha pedido asilo político aos Estados Unidos. Na conversa com Hillary, Chen teria dito que queria "abraçá-la", segundo o diplomata. O governo americano declara que a China teria dado garantias de que Chen ficará no país em lugar seguro. 

O dissidente é um ferrenho crítico das políticas de aborto forçado na China e estava em prisão domiciliar desde setembro de 2010. Após a fuga espetacular e os dias passados sob o abrigo da diplomacia americana em Pequim, as autoridades chinesas exigem, agora, um pedido de desculpas dos Estados Unidos por terem dado refúgio ao dissidente, diz a agência estatal chinesa.

O imbróglio diplomático ameaça ofuscar a agenda oficial da visita de Hillary Clinton. Em companhia do secretário do Tesouro, Timothy Geitner, Clinton e as autoridades chinesas discutem nesses dois dias assuntos de interesse estratégico dos dois países. Mais uma vez, os Estados Unidos vão colocar na mesa a questão do yuan, que os Estados Unidos gostariam que flutuasse mais livremente. Em 2011, a moeda chinesa valorizou quase 4,5% contra o dólar americano , mas, para diminuir o colossal déficit comercial americano, seria necessária uma apreciação ainda maior.

Além da questão econômica, os programas nucleares no Irã e na Coreia do Norte, a violência da Síria e o conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul também devem ser discutidos.

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