Mantega discorda de diretora do FMI e defende intervenção no câmbio
O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, impõe condições para aumentar a participação no FMI. Ele também voltou a defender a intervenção do governo no câmbio para controlar a valorização do real.
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Em Washington para participar de reuniões do Fundo Monetário Internacional e do G20, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a defender as intervenções do governo brasileiro para impedir a valorização excessiva do real. “As nossas intervenções no câmbio são eficazes e necessárias e nós vamos continuar fazendo”, disse Mantega ao rebater declarações da diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde.
Ontem, Lagarde mandou um recado para que alguns emergentes fiquem atentos aos fluxos de capital, “que ajustem suas moedas ou que aceitem a valorização de suas moedas”. Mas o ministro brasileiro afirmou que é um equívoco aceitar passivamente a apreciação cambial.
O Brasil também criticou o ritmo lento das reformas na estrutura do FMI. Para o governo brasileiro, é preciso que o órgão seja mais rápido em atribuir maior poder de decisão às economias emergentes que têm um papel cada vez mais importante na economia internacional.
Reforço no caixa
A diretora-gerente do FMI pediu pelo menos US$400 bilhões aos países membros para aumentar o poder de fogo do Fundo na ajuda aos países necessitados. Para Lagarde, ainda existem “nuvens negras no horizonte” da economia global. Ela afirmou que os riscos são elevados e os principais são: desemprego alto, crescimento lento e potencial escalada do preço do petróleo.
A diretora falou ainda que os países da zona do euro,“epicentro de possíveis riscos”, precisam implementar as suas reformas e que os emergentes também devem resolver seus problemas. Alguns países ricos já se comprometeram a emprestar cerca de US$ 320 bilhões de dólares ao FMI e a pressão agora está nos emergentes dos Brics. Segundo a Rússia, os países emergentes e desenvolvidos do G20 estão prontos a participarem do esforço conjunto. “O G20 vai se comprometer a contribuir com um montante que corresponda aos anseios da direção do FMI”, vice-ministro das Finanças russo, Sergueï Stortchak.
Colaboração de Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington.
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