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China/ Dissidente

Morre nos EUA o dissidente chinês Fang Lizhi

O dissidente chinês Fang Lizhi, que se refugiou durante um ano na embaixada Americana em Pequim depois do massacre de Tienanmen, morreu nos Estados Unidos. O anúncio foi feito neste sábado por Wang Dan, um dos dirigentes do movimento estudantil de 1989 na China.

O dissidente chinês Fang Lizhi, que morreu nesta sexta-feira (6), nos Estados Unidos.
O dissidente chinês Fang Lizhi, que morreu nesta sexta-feira (6), nos Estados Unidos. DR
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Em sua página no Facebook, Wang Dan, também exilado nos Estados Unidos, disse que soube da morte de Fang através de sua esposa, que indicou que ele faleceu na sexta-feira de manhã, aos 76 anos de maneira repentina.

Astrofísico reconhecido internacionalmente, Fang Lizhi, chamado de “Sakharov chinês” – em referência ao célebre dissidente soviético Andrei Sakharov – foi demitido de sua função de vice-presidente da Universidade de Ciências e Técnicas de Hefei, na China, por ter apoiando as manifestações de Tienamen. Ele estava exilado nos Estados Unidos desde 1990.

“Fomos nos manifestar na praça Tienanmen inspirados por ele”, disse Wang Dan sobre Fang Lizhi no Facebook. “Este homem era um tesouro para a China. Mas ele não pôde morrer em seu país e teve que morrer no exílio”, completou.

Ele não participou das manifestações da primavera de Pequim, mas tomou publicamente partido a favor dos estudantes explicando que “eles querem mais democracia. Eu só posso estar de acordo com eles. Este regime tem que respeitar os direitos humanos, os direitos fundamentais comuns a todos os países.”

Durante as manifestações em Pequim em junho de 1989, Fang Lizhi se refugiou na embaixada dos Estados Unidos onde ficou um ano, até que o regime comunista autorizasse sua partida. Ele trabalhou nas últimas décadas como professor de física na Universidade do Arizona, em Tucson.

Considerado como “traidor da pátria” pelo regime, Fang Lizhi tinha sido qualificado de “mal elemento” por Deng Xiaoping. Convidado a um banquete durante uma visita oficial do presidente americano George Bush à China, em fevereiro de 1989, ele foi impedido de entrar pela polícia chinesa, provocando um pequeno incidente diplomático entre Washington e Pequim.
 

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