Grécia tem semana decisiva de negociações com UE e credores

Uma missão conjunta do FMI, da União Europeia e do Banco Central Europeu chega a Atenas nesta segunda-feira para discutir a nova fase do programa de empréstimo de emergência concedido à Grécia. Ao longo da semana, os credores privados da dívida grega também irão ao país negociar o perdão de metade da dívida prometido no final de outubro. 

Turista caminha no Partenon da Acrópole de Atenas. REUTERS/Yiorgos Karahalis

A delegação de especialistas das três instituições encontra, nesta segunda-feira, o ministro das Finanças, Evangélos Vénizélos, e passará a semana em uma série de reuniões com a equipe ministerial do premiê Lucas Papademos. O objetivo é verificar o cumprimento das condições para o novo plano de ajuda acertado no final de outubro.

A zona do euro decidiu conceder mais um empréstimo de 130 bilhões de euros, dos quais 30 bilhões são destinados à recapitalização dos bancos. Em 2010, a Grécia já havia recebido o sinal verde para uma ajuda emergencial de 110 bilhões de euros por um período de três anos. Do total, 73 bilhões de euros já foram concedidos ao país.

A semana também será marcada pela visita de representantes do IIF (Instituto de Finança Internacional), lobby do setor bancário, a Atenas. Eles vão discutir o perdão de 50% da dívida grega.O  objetivo do novo crédito e da renegociação com os investidores em papéis soberanos gregos é diminuir em 100 bilhões de euros a dívida grega e baixar o coeficiente da relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto) do país. Hoje, a dívida grega representa 160% do PIB. A meta é fazer com que ela atinja 120% do PIB em 2020.

Segundo a edição dominical do jornal grego Kathimérini, o sucesso das conversas com os credores da Grécia é duvidoso por causa das incertezas no futuro da zona do euro. O próprio premiê grego reconheceu que as negociações com os investidores dos títulos gregos são "complexas". O BNP Paribas, um dos bancos que lidera a operação, diz que é crucual que um acordo seja fixado nos próximos dias para que a troca dos papéis soberanos comece a ser feita já no começo de 2012.