Um texto de resolução parlamentar sobre a abolição da prostituição no país foi aprovado nesta terça-feira no Parlamento francês. O documento, que tem caráter simbólico, inclui a penalização de clientes de prostitutas. A ideia da punição foi elaborada em parceria com a Convention Abolition, um coletivo lançado por três associações de defesa das mulheres e de ajuda às prostitutas, apoiado por políticos de todas as tendências. Segundo o coletivo, pagar por relações sexuais é o mesmo que impor. O delito poderia ser sancionado com até seis meses de prisão e uma multa de 3.000 euros. Segundo a porta-voz do coletivo, Claire Quidet, a prostituição deve ser reconhecida como um sistema de violências. Ela afirma que obrigar mulheres a ter relações sexuais em troca de dinheiro perpetua a ideia de que a sexualidade masculina é incontrolável e deve ser satisfeita a qualquer preço e hora. Mas a iniciativa é duramente criticada pelos sindicatos de trabalhadores do sexo que denunciam uma repressão que coloca em risco a saúde, a segurança e a subsistência das prostitutas. Camille Cabral, ex-vereadora pelo partido verde, médica e fundadora da Assossiação Prevenção, Ação, Saúde e Trabalho para os Transgêneros, a Passt, afirma que vê de maneira negativa a penalização. Para ela, esta decisão não resolve nenhum problema social.
