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Crise/zona do euro

O BCE não será para-raios da crise, avalia Draghi

O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou hoje diante do Parlamento europeu que o papel do BCE continua limitado ao mandato determinado pelos tratados europeus. Draghi reafirmou que a instituição não tem vocação para ser a salvação dos países em dificuldade, mas que pode adotar medidas para aliviar a crise.

O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi.
O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi. REUTERS/Kai Pfaffenbach
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Em um tom firme, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, reiterou que a instituição deve exercer o papel que lhe foi atribuído pelos tratados fundadores da União Europeia. "Alguns dizem que o BCE tem que fazer mais. Outros que ele deve fazer menos", disse. "Mas existe um tratato e não se deve pedir que o BCE faça coisas além do tratado". O BCE tem como principal função assegurar a boa condução da política monetária da zona do euro, mantendo a estabilidade dos preços e a meta de inflação anual em torno de 2%.

Na avaliação da maioria dos economistas, a inflação não é mais o principal risco da zona do euro mas, sim, a deflação e a recessão. Para tentar dar um novo ânimo às economias europeias, a expectativa é que o BCE corte a taxa básica de juros para 1% na próxima reunião do dia 8 de dezembro.

Essa manobra de guardião da política monetária aparece nas entrelinhas do discurso de hoje. "Os riscos de queda em termos de perspectivas econômicas aumentaram", sentenciou. Draghi declarou ainda que o BCE "está consciente" das dificuldades dos bancos da região.

Para ele, porém, o remédio é um aprofundamento da integração orçamentária dos países que adotam a moeda única. "A meu ver, precisamos de uma união orçamentária, de um novo acordo, de novas regras com compromissos mútuos", disse.

Mas para quem, como a França, esperava um gesto rumo a um BCE mais intervencionista e mais disposto a adquirir papéis da dívida das economias fragilizadas, Draghi foi categórico. O papel de restaurar a credibilidade das economias nacionais pertence “aos governos individualmente”.

 

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