Dilma Rousseff desafia a corrupção, diz Libération
O jornal progressista francês publica nesta sexta-feira uma reportagem sobre a queda do ex-ministro dos Esportes Orlando Silva e analisa como a presidente brasileira, Dilma Rousseff, está enfrentando uma série de escândalos de corrupção em seu primeiro ano de governo.
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Libération dedica hoje uma página à atuação da presidente brasileira, Dilma Rousseff, à frente do governo. Com o título "Brasil: Rousseff desafia a corrupção", a reportagem explica aos leitores franceses que Orlando Silva, ex-titular do Ministério dos Esportes, foi o sexto ministro a cair em cinco meses devido a escândalos de corrupção.
"Lula havia nomeado alguns dos ministros em questão. Foi a pedido dele que Dilma Rousseff os manteve no governo. Ao demiti-los, a presidente se emancipa do seu mentor", afirma o jornal de esquerda. Mas Libération enfatiza que a presidente toma o cuidado de não prejudicar suas alianças, explicando que apesar das mudanças de homens, os ministérios permanecem nas mãos dos mesmos partidos.
O artigo relata que a saída dos seis ministros e de cerca de 45 funcionários envolvidos em esquemas de desvio de dinheiro público aumentou a popularidade de Dilma Rousseff, apesar de ter desagradado o próprio partido da presidente.
Libération diz ainda que essa "sequência inédita de escândalos" está provocando um aumento da consciência cidadã na classe média brasileira, que começou a se manifestar contra a corrupção por meio das redes sociais e de protestos nas ruas das grandes cidades. "Em um país pouco politizado, o aparecimento de um movimento de 'indignados' não passa despercebido", diz o texto, assinado pela correspondente do jornal em São Paulo.
Libération lembra ainda que a corrupção atinge todos os partidos, de direita e de esquerda, e lembra que o PT ficou marcado por "um enorme escândalo de compra de votos e financiamento ilícito" durante o governo do ex-presidente Lula.
Crise do euro
A crise na zona do euro continua ocupando as manchetes dos principais jornais franceses nesta sexta-feira. "Crise grega: a Europa à deriva", diz o título principal de Libération. "Depois do ultimato a Papandreou, a Europa coloca Berlusconi sob vigilância", afirma a manchete do conservador Le Figaro.
O diário econômico Les Echos destaca a decisão do BCE de abaixar a taxa básica de juros da região do euro, com o título "BCE: Mario Draghi aciona sua arma antirrecessão".
"A Grécia contra a parede" é a manchete do jornal católico La Croix, enquanto o comunista L'Humanité afirma que "Sarkozy e Merkel pedem ao povo grego que se submeta ou deixe o euro".
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