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França/Itália

Tensão entre França e Itália sobre imigração é destaque de jornais

O encontro bilateral entre o presidente francês Nicolas Sarkozy e o chefe de governo italiano Silvio Berlusconi para discutir principalmente o tema da imigração, em resposta ao fluxo em massa dos refugiados do norte da África, ilustra as manchetes da imprensa francesa desta terça-feira. Europa, o retorno das fronteiras ? - questiona o Libération ao se referir à proposta dos dois líderes europeus de fazer uma revisão do tratado de Schengen que permite a circulação de pessoas em 25 países europeus.

Chegada de um barco com imigrantes clandestinos na ilha de Lampedusa, em 20 fevereiro de 2011.
Chegada de um barco com imigrantes clandestinos na ilha de Lampedusa, em 20 fevereiro de 2011. AFP/Roberto Salomone
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Segundo o Libé, a chegada de cerca de 20 mil tunisianos e 8 mil líbios clandestinos, que desembarcaram principalmente na ilha italiana de Lampedusa, pode destruir um dos pilares da construção europeia, ou seja, o acordo que permite às pessoas viajarem sem vistos ou passaportes em boa parte da Europa.

Em editorial, o Libé escreve que revisar o espaço Schengen é frear um dos aspectos de maior dinamismo da Europa e um símbolo da construção europeia, comparado à moeda euro. Para o jornal é também ceder ao discurso xenófobo e nacionalista. O “neopopulismo” é muito mais perigoso que alguns milhares de imigrantes clandestinos, afirma o Libé.

Já o Le Figaro defende a proposta do governo francês de revisão do espaço Schengen, afirmando que o acordo ficou desatualizado diante desse enorme fluxo de imigrantes. Em editorial o Le Figaro diz que a aplicação do tratado não se faz sem uma política europeia de imigração e sem a solidariedade de todo os países do bloco.

O econômico Les Echos afirma que a reunião entre Sarkozy e Berlusconi acontece num clima de extrema tensão, já que os dois países divergem sobre a maneira de acolher os imigrantes. A Itália critica a França por fechar suas portas aos clandestinos.

Segundo o Les Echos, de 2.800 tunisianos controlados pelo governo francês, 1.700 foram mandados de volta para a Itália. Para contribuir à discussão de um tema tão polêmico, o Les Echos publica reportagem onde mostra que a França, ao receber cerca de 100 mil estrangeiros por ano, é um dos países da Europa que menos acolhe imigrantes e, segundo constatou o jornal, eles pesam muito pouco no sistema social e no mercado de trabalho francês.

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