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Diferenças econômicas entre Brasil e México recriam na América Latina divisão norte-sul, afirma Les Echos

O correspondente do jornal francês Les Echos em São Paulo publica um artigo na edição desta segunda-feira, 18 de abril, em que afirma que a nova ordem econômica mundial criou no interior da América Latina uma fratura parecida com a divisão norte-sul em torno do México e do Brasil.

Manchete do jornal francês Les Echos, "As duas faces da América Latina."
Manchete do jornal francês Les Echos, "As duas faces da América Latina." RFI
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O correspondente Thierry Ogier cita dados de um estudo feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para mostrar que até a crise financeira internacional de 2008, o México era o país mais promissor da região, voltado para o comércio com os Estados Unidos e os países da América Central. De acordo com o jornalista, o Brasil e seus vizinhos, menos dependentes das economias do G7, superaram a crise com facilidade e promoveram uma redistribuição inesperada das cartas no continente.

A América Latina ficou dividida em dois cones. Uma zona formada pelo México e os países centro-americanos importadores de matérias-primas, dependentes do turismo e do dinheiro enviado pelos seus cidadãos que imigraram para a Europa, o Japão e os Estados Unidos. O outro cone, formado pelo Brasil e vizinhos do oeste e do sul, grandes exportadores de matérias-primas, voltou-se para o comércio com China, Índia e Rússia, praticamente duplicando as trocas comerciais com esses países nos últimos quatro anos. Nesse mesmo período, a parte das trocas com os países industrializados caiu à metade. Além do Brasil, Colômbia, Peru e Chile, na costa do Pacífico, que já mantinham um comércio expressivo com a Ásia, reforçaram suas posições.

O fosso econômico entre os dois grupos pode ser ilustrado pela diferença de crescimento esperada para 2010-2011, de 4,4% para o grupo do Brasil e de 2,7% para o grupo do México. No novo contexto da economia mundial, pa?ses da Costa do Pacífico como Chile, Colômbia e Peru, naturalmente voltados para a Ásia, Les Echos cita um trecho do relatório do BID. "Até 2013, o grupo do Brasil vai destinar mais de um quarto de suas exportações ao Brics, enquanto a parte destinada aos países industrializados vai recuar para 42% do total."

Apesar do risco de superaquecimento e de um aumento da inflação no cone do Brasil e seus vizinhos, Les Echos conclui que a zona, em seu conjunto, está mais forte do que nunca.
 

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