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China/Brasil

Empresa chinesa que vai fabricar iPad no Brasil teve onda de suicídios

A empresa taiwanesa Foxconn, que anunciou na terça-feira planos de investir US$ 12 bilhões no Brasil para fabricar componentes eletrônicos, telas de computador e tablets como o iPad, da Apple, tem um histórico nada glorioso. No ano passado, pelo menos 13 funcionários da empresa se suicidaram na China, devido às pressões no ambiente de trabalho. Esses incidentes levaram a Foxconn a promover mudanças na área de recursos humanos.

Fabricante da Apple irá investir e montar iPads no Brasil em 2011.
Fabricante da Apple irá investir e montar iPads no Brasil em 2011. Reuters
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Gigante mundial do setor de componentes de informática, com clientes como Apple, Sony e Nokia, a Foxconn ganhou destaque na mídia internacional, no ano passado, devido a uma onda de suicídios entre seus trabalhadores. Pelo menos 13 empregados da Foxconn morreram depois de se jogar do alto dos edifícios dormitórios da empresa na fábrica de Longhua, a meia hora de Shenzhen, no sul do país.

Além dessas vítimas fatais, dezenas de empregados tentaram se matar mas foram salvos minutos antes de se atirarem no vazio. Grupos de defesa dos trabalhadores estimam que os suicídios foram provocados pelas difíceis condições de trabalho, a pressão da hierarquia, a longa jornada e o distanciamento dos operários de suas famílias.

Essa onda de suicídios em Longhua, onde trabalhavam cerca de 400 mil pessoas, levou o presidente da empresa, o bilionário Terry Gou, a reunir seus gerentes de produção para discutir meios de dar um fim à tragédia. Milhares de empregados foram transferidos para outras unidades da empresa mais próximas de suas famílias. O bilionário, que se encontrou na terça-feira com a presidente Dilma Rousseff, também anunciou na época um aumento de 70% dos salários e pensou em transferir a gestão dos dormitórios aos governos locais.   

A Foxconn emprega 1 milhão de trabalhadores na China, cerca da metade em Longhua. Em março deste ano, a empresa anunciou a intenção de transformar o centro de produção num polo de pesquisa e desenvolvimento, transferindo pelo menos 200 mil trabalhadores do chão de fábrica para unidades no interior do país, onde os salários são mais baixos.

Questionada pela agência de notícias France Presse sobre os planos de criar uma cidade inteligente no Brasil, conforme anunciou ontem a presidente Dilma Rousseff, após encontro com o bilionário Terry Gou, a direção da Foxconn indicou nesta quarta-feira estar realizando "um importante estudo de mercado e de oportunidades de investimentos no Brasil" sem citar um projeto em particular nem o local.
 

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