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IMPRENSA

Le Monde dedica último editorial do ano à Dilma Rousseff

Os jornais franceses de 31 de dezembro dedicam ampla cobertura à posse de Dilma Rousseff no Brasil. O respeitado Le Monde traz um editorial de primeira página com os desafios que aguardam a presidente eleita nos próximos quatro anos.

Jornais franceses La Croix e L'Humanité também destacam a posse de Dilma na presidência da oitava maior economia do mundo.
Jornais franceses La Croix e L'Humanité também destacam a posse de Dilma na presidência da oitava maior economia do mundo. RFI
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O jornal Le Monde abriu espaço na primeira página de sua edição desta sexta-feira para um editorial sobre a nova presidente do Brasil. Dilma Rousseff, apresentada como uma ex-guerrilheira que virou economista e tecnocrata, é saudada como a herdeira de um país que hoje está em uma situação social e econômica muito melhor do que a encontrada por Lula em 2002. Com a democracia consolidada, a inflação controlada e quase todos os indicadores econômicos no positivo, o Le Monde sugere que Dilma deverá combater os problemas que o Brasil ainda possui como a violência, a corrupção e a educação deficiente. O editorial também chama a atenção para os avanços que precisam ser postos em prática em infraestrutura, com a realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Por outro lado, o jornal francês nota que Dilma já começa a demonstrar suas diferenças em relação ao seu mentor, Lula, especialmente nas questões de direitos humanos, ao ter defendido os direitos das mulheres no Irã.

O diário especializado em economia Les Echos acredita que Lula está deixando o poder só temporariamente, já que o ex-metalúrgico tem a seu favor um índice de popularidade de dar inveja a todos os dirigentes do planeta. Enquanto a maior parte dos mandatos mundo afora terminam com uma decepção do eleitorado, Les Echos lembra que Lula recolhe 87% de opiniões favoráveis à sua pessoa e 83% de aprovação ao seu governo. Les Echos questiona se Dilma não fará apenas um mandato tampão. O jornal nota que o presidente não faz a menor cerimônia ao se intrometer nas ações de Dilma. Les Echos considerou uma falta de delicadeza de Lula anunciar em novembro, no G20, em Seul, a permanência de certos ministros no cargo e o presidente da Petrobras.

Em um artigo para o jornal comunista L'Humanité, o sociólogo Francisco de Oliveira diz que ninguém sabe se Dilma vai dar continuidade à obra de Lula ou se ela vai dar um perfil pessoal a seu mandato. Francisco de Oliveira diz que Dilma tem uma biografia política comparável com a de personalidades de esquerda e de extrema-esquerda. Ela não é uma cria do PT e sim uma afilhada do ex-governador Leonel Brizola. O sociólogo não vê diferenças entre os discursos de Lula e o de Dilma. Mas acha que a presidente eleita é mais eficiente, mais pragmática e mais afirmativa em sua devoção ao Estado do que Lula. "No novo governo, o Estado vai ter um papel mais importante."

Primeira mulher a assumir a presidência do Brasil, aos 63 anos, o diário católico La Croix destaca que Dilma terá a rude tarefa de fazer prosperar um país que durante a era Lula se tornou a oitava economia do mundo.
 

 

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