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Energia atômica

Pyongyang aceita retorno de inspetores da AIEA

A Coreia do Norte vai autorizar a visita dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU ao seu complexo nuclear. A confirmação foi feita nesta terça-feira por Bill Richardson, governador do estado norte-americano do Novo México e ex-embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, durante visita ao continente asiático.

O governador do Novo México, Bill Richardson, na chegada ao aeroporto de Pequim.
O governador do Novo México, Bill Richardson, na chegada ao aeroporto de Pequim. REUTERS/Jason Lee
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Com a decisão, o regime de Kim Jong-il espera provar que não está produzindo o urânio enriquecido que poderia ser usado para a construção de bombas atômicas, como teme a comunidade internacional. O diplomata norte-americano alertou, no entanto, que "o mundo está à espera de atos, e não de promessas".

Bill Richardson chegou na manhã desta terça-feira a Pequim, depois de ter passado cinco dias em Pyongyang, onde ele teve encontros com membros do governo. Para o governador do Novo México, a viagem foi positiva e as autoridades norte-coreanas mostraram pragmatismo.

Desde 2009, quando os inspetores da AIEA foram expulsos da Coreia do Norte, o país tem feito ameaças constantes de usar sua “força atômica” contra seus inimigos, principalmente a Coreia do Sul. Em 2003, Pyongyang decidiu abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Coreia do Norte desiste de reagir a exercícios militares sul-coreanos

Apesar das ameaça contra a Coreia do Sul nos últimos dias, o vizinho do norte não retaliou os exercícios militares realizados nesta segunda-feira pelos sul-coreanos na ilha de Yeonpyeong, atacada recentemente. Para Bill Richardson, a decisão norte-coreana foi “um passo na direção certa”.

O resultado dos encontros com o enviado dos Estados Unidos parece indicar que há uma nova abertura para diminuir a tensão entre os dois lados da península coreana.

Um dos temas das reuniões foi a criação de uma comissão militar conjunta que envolva o norte e o sul, assim como os Estados Unidos. Outra proposta foi a abertura de uma linha de comunicação entre os exércitos das duas Coreias.

As notícias da visita de Bill Richardson foram saudadas pelo governo de Pequim, tradicional aliado da Coreia do Norte. Já em Washington, as informações foram recebidas com cautela. O porta-voz do departamento de Estado norte-americano disse que « mais importante do que falar, é fazer ».

« Depois de tantas promessas quebradas pela Coreia do Norte, agora serão necessárias provas para que Washington acredite na boa vontade de Pyonyang », completou o porta-voz.

Árvore de Natal da discórdia

A árvore de natal sul-coreana, montada a poucos metros da fronteira com a Coreia do Norte, foi iluminada nesta terça-feira.
A árvore de natal sul-coreana, montada a poucos metros da fronteira com a Coreia do Norte, foi iluminada nesta terça-feira. Reuters

Enquanto a diplomacia norte-americana se preocupa com a potência nuclear norte-coreana, um objeto bem mais simbólico pode balançar novamente as relações entre as duas Coreias.

Trata-se de uma árvore de natal, instalada na Coreia do Sul, mas bem próxima da fronteira com o vizinho do norte, que foi iluminada na noite desta terça-feira.

Pyongyang considera o ritual, que não era realizado há sete anos, como um ato de provocação. Em 2004, as duas Coreias fecharam um acordo evitando todo tipo de propaganda oficial próxima da fronteira. Mas, as atividades ditas de propagada foram retomadas após as tensões reiniciadas em março deste ano.

A Coreia do Norte considera que a árvore de natal incitaria ideias religiosas entre os soldados e moradores da região.

Colaboração da correspondente da RFI em Pequim, Maria João Belchior.
 

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