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Um pulo em Paris

Paris acolhe campeonato internacional de natação para naturistas

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Paris recebe neste sábado (19) a 48a edição do Campeonato Internacional de Natação para Naturistas. O evento acontece pela primeira vez na capital francesa, onde uma piscina municipal já é reservada o resto do ano para aqueles que preferem nadar sem roupa.

O campeonato de natação naturista já está em sua 48a edição, cada ano em um lugar diferente.
O campeonato de natação naturista já está em sua 48a edição, cada ano em um lugar diferente. SEBASTIEN BOZON / AFP
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O campeonato é organizado pela Federação Naturista Internacional, que escolhe uma cidade diferente para cada edição do evento. Cerca de 300 participantes, vindos de 16 federações do mundo todo, são esperados na versão parisiense.

Diferentes categorias se enfrentam em uma piscina olímpica, como em qualquer competição esportiva. A única particularidade é que os participantes deixam todas as roupas no vestiário. No entanto, por razões de higiene, explicam os organizadores, todos devem usar uma toca de borracha, única peça de vestuário aceita na piscina.

Haverá uma entrega de medalhas no final do dia, seguida de uma festa de encerramento, realizada na sede do Partido Comunista francês, prédio concebido pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer.

Nadar, praticar yoga ou visitar um museu nu

O campeonato, que acontece em uma piscina olímpica pública, conta com o apoio da prefeitura de Paris e os organizadores não encontraram nenhuma resistência. Isso porque a capital francesa já dispõe, há alguns anos, de uma série de atividades, principalmente esportivas, voltadas para os naturistas.

A própria piscina Roger Le Gall, no 12° distrito da capital, onde acontece o campeonato, já reserva uma parte de seus horários para os que preferem nadar sem roupa. Três vezes por semanas, entre 21h et 23h (ou 23h30 nas sextas-feiras), o local recebe apenas os naturistas, que podem dar um mergulho, mas também usar outros equipamentos esportivos do local, como sala de ginástica ou de musculação.

A entrada custa € 10 (R$ 45), metade do preço para quem tem menos de 26 anos e gratuito para os menores de 18 anos. Também é possível aderir à associação que administra a piscina, pagando € 140 (R$ 640) por ano e frequentar o local o ano todo nos horários reservados aos naturistas.

As sessões de nado sem roupa chegam a atrair 100 pessoas num espaço de duas horas. A maior parte dos frequentadores são homens, mas as mulheres estão cada vez mais presentes. Prova disso, tanto a Federação Francesa de Naturismo como a Federação Internacional, sediada na Áustria, são presididas por mulheres.

Os adeptos do naturismo lembram sempre que a prática não deve ser vista com ambiguidade e que os naturistas estão apenas em busca de um contato maior com a natureza, sem conotação sexual. A Associação naturista de Paris, que é ligada à Federação, conta com cerca de 300 aderentes, de todas as idades. O membro mais idoso tem 83 anos e o mais jovem 16, o que mostra que o naturismo atinge todas as idades e até famílias inteiras. Estima-se que a França conte com 2,56 milhões de naturistas.

Diante desse público potencial, várias atividades são propostas na capital, desde yoga a aulas de ginástica, passando por piqueniques para quem quer ficar mais próximo da natureza, como veio ao mundo. Muitos desses eventos são organizados no Bois de Vincennes, um parque no leste de Paris que, desde 2017, reserva uma parte de seu território aos naturistas, entre abril e outubro, antes da chegada do inverno.

Além disso, a associação organizou, em maio de 2018, a primeira visita a um museu naturista. Cerca de 160 pessoas nuas, a maioria mulheres, passearam pelas galerias do Palais de Tokyo, uma das principais instituições de arte contemporânea de Paris, acompanhadas de um guia (vestido). Para evitar eventuais surpresas e possíveis reclamações, os organizadores preferiram fazer a visita pela manhã, antes da abertura do museu para o restante do público.

As iniciativas voltadas para os praticantes de naturismo atraem cada vez mais adeptos, no verão, mas também no inverno. O único projeto que não vingou foi o restaurante O Naturel, no qual apenas os funcionários estavam vestidos, enquanto os clientes deixavam suas roupas em um vestiário na entrada. Apesar da ampla cobertura da imprensa, o endereço sobreviveu durante apenas um ano.

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