França: começa julgamento de mulheres jihadistas que tentaram explodir Notre-Dame
O julgamento de cinco mulheres suspeitas de organizarem um ataque terrorista perto da catedral Notre-Dame, em Paris, em 2016, começou nesta segunda-feira (23) na França. Elas teriam seguido as ordens de Rachid Kasssim, integrante do grupo Estado Islâmico que será julgado à revelia.
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As mulheres têm entre 22 e 42 anos e serão julgadas, em princípio, até o dia 11 de outubro em um tribunal criminal especial. Noventa e uma testemunhas foram arroladas para participar das audiências. A tentativa de atentado ocorreu na madrugada do dia 4 de setembro de 2016, duas das acusadas, Ines Madani e Ornella Gilligmann, se comunicaram com Rachid Kassim, que orientou a ação. Elas então pararam em frente a um restaurante próximo da catedral, em um carro carregado com seis cilindros de gás.
Depois de molhar o veículo com diesel, as extremistas jogaram um cigarro aceso, mas não conseguiram explodir o veículo. De acordo com a promotoria que investigou o caso, o ataque só não deu certo porque o diesel é pouco inflamável. Na época, o procurador-geral de Paris, François Molins, declarou que as mulheres eram radicalizadas “e totalmente receptivas à ideologia mortal do grupo Estado Islâmico.”
Mentora de “irmãs jihadistas”
Mãe de três filhos, Ornella Gilligmann, foi presa em 6 de setembro no sul da França quando tentava fugir. Inès Madani, outra participante do comandorefugiou-se na casa de outra mulher, Amel Sakou, seguindo o conselho de Rachid Kassim. Pouco depois, juntou-se a elas Sarah Hervouët, também guiada pelo jihadista por meio de um aplicativo de mensagens criptografado.
Em 8 de setembro, cercadas pela polícia, as três mulheres deixaram o apartamento, armadas com facas de cozinha. No estacionamento, Sarah Hervouët esfaqueou um policial e será julgada por tentativa de assassinato contra um policial. Inès Madani foi ferida na perna pelo tiro de outro agente e é acusada de cumplicidade na tentativa de assassinato de um policial. Ela pode ser sentenciada à prisão perpétua e considerada a a mentora das "irmãs" jihadistas, incentivando mulheres a ingressarem no grupo Estado Islâmico.
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