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Sob críticas, deputados franceses ratificam controverso acordo de livre comércio entre UE e Canadá

Deputados franceses ratificaram nesta terça-feira (23) o tratado de livre comércio entre a União Europeia e o Canadá (Ceta). O controverso texto foi aprovado por 266 votos, contra 213 contra e 74 abstenções.

Deputados na Assembleia Nacional após a votação para ratificar o Ceta. Paris, 23 de julho de 2019
Deputados na Assembleia Nacional após a votação para ratificar o Ceta. Paris, 23 de julho de 2019 STEPHANE DE SAKUTIN / AFP
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Criticado por ONGs e agricultores, o acordo é rejeitado por praticamente toda a oposição de esquerda e direita, além de suscitar reticências até mesmo no partido governista A República em Marcha (LREM). No total, 52 deputados centristas se abstiveram e nove votaram contra.

Entre as críticas em relação ao tratado, está o temor de concorrência desleal, bem como um risco sanitário para a Europa. O Canadá não tem normas tão rígidas como o Velho Continente, especialmente sobre a exportação de carne.

Na segunda-feira (22), o ex-ministro francês do Meio Ambiente, Nicolas Hulot, pediu em uma carta aberta que os parlamentares tivessem “a coragem de dizer não” ao texto.

O presidente francês, Emmanuel Macron, saudou a ratificação pela assembleia do texto que vai diminuir drasticamente as barreiras tarifárias entre a União Europeia e o Canadá. Segundo ele, aumentarão também as possibilidades de negócios entre empresas europeias e canadenses.

“Penso que hoje a ratificação é positiva, dando-nos meios, a longo prazo, para garantir que ele será colocado em prática”, afirmou.

Em vigor de maneira provisória

Negociado durante mais de sete anos, o Ceta (Comprehensive Economic and Trade Agreement) atinge 510 milhões de europeus e 35 milhões de canadenses. Há cerca de dois anos, parte do acordo já entrou em vigor de maneira provisória.

Aprovado pelo Parlamento Europeu em fevereiro de 2017, ele deve agora ser submetido às 38 assembleias nacionais e regionais da Europa. Na França, após a aprovação pelos deputados nesta terça-feira, ele deve ser submetido à votação no Senado, em data ainda indefinida.

O processo de ratificação é longo. Até o momento, apenas 13 de 28 países europeus confirmaram o texto: Áustria, Croácia, Dinamarca, Espanha, Estônia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Malta, Portugal, República Tcheca, Reino Unido e Suécia. As duas assembleias do Canadá também ratificaram o acordo, em 2017.

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