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França

Atrizes e feministas protestam em Paris contra aumento preocupante de feminicídios na França

Entidades feministas e atrizes famosas realizaram um protesto neste sábado (6), em Paris, para denunciar o aumento da violência conjugal no país. Desde o início ano ano, 74 mulheres já foram assassinadas pelos seus maridos ou ex-companheiros, um número em forte alta em relação a 2018. Em mensagem dirigida ao presidente Emmanuel Macron, as associações pediram "o fim do massacre" de mulheres.

A atriz Julie Gayet (segunda da esquerda para a direita), companheira do ex-presidente François Hollande, participou do protesto contra o aumento da violência conjugal na França.
A atriz Julie Gayet (segunda da esquerda para a direita), companheira do ex-presidente François Hollande, participou do protesto contra o aumento da violência conjugal na França. REUTERS/Regis Duvignau
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A vítima mais recente foi uma mulher de 32 anos, morta nesta madrugada a facadas pelo marido em casa, onde também estavam três dos quatro filhos do casal. Durante a semana, uma jovem de 20 anos, grávida, foi assassinada pelo marido na região parisiense.

O protesto organizado na praça da República, no centro da capital, também contou com a presença de homens e familiares de vítimas de feminicídio. Setenta e quatro participantes exibiam coroas de flores na cabeça em homenagem às mulheres torturadas e assassinadas por seus companheiros desde janeiro. O público incluiu a cantora franco-israelense Yael Naim e as atrizes Julie Gayet, companheira do ex-presidente François Hollande, e Muriel Robin, que encarna uma campanha de combate à violência doméstica.

Robin, muito popular no país, convocou os manifestantes a observar simbolicamente "74 segundos de barulho e raiva", e interpelou o presidente Macron com veemência: "Você falou de uma causa nacional: onde você está? Quanto custa a vida de uma mulher?", questionou em tom indignado. "Eu quero uma resposta", insistiu a atriz.

Robin interpretou em um filme para a TV o drama vivido por Jacqueline Sauvage. Esta dona de casa francesa foi condenada a dez anos de prisão depois de matar o marido, que foi um tirano com ela durante 47 anos de casamento. O caso comoveu a opinião pública e Sauvage foi agraciada pelo ex-presidente Hollande.

Reivindicações

O grupo na origem da manifestação na praça da República havia assinado um manifesto no jornal Le Parisien, no domingo passado, pedido a Macron para pôr fim ao massacre e convocar, com urgência, uma conferência reunindo representantes da polícia, justiça, escolas, serviços sociais, empresas e associações que atuam na área.

As feministas reivindicam o tratamento sistemático das queixas apresentadas pelas vítimas nas delegacias, a concessão de assistência jurídica assim que uma denúncia é registrada, o aumento no número de vagas nos abrigos de emergência e ordens de proteção para as vítimas. Elas também exigem tornozeleiras eletrônicas para cônjuges violentos, um dispositivo que a ministra da Justiça, Nicole Belloubet, anunciou na segunda-feira passada que pretende "generalizar".

Em um tuíte, a secretária de Estado pela Igualdade de Gênero, Marlène Schiappa, felicitou calorosamente a iniciativa da manifestação. "Cônjuges violentos estragam há muito tempo a vida de mulheres e crianças", escreveu, reafirmando a "determinação do governo" em atuar na prevenção do feminicídio.

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