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Saúde/Crianças

França alerta sobre risco de leucemia em crianças próximas a fios de alta tensão

Campos magnéticos de baixas frequências, emitidos em particular por linhas de alta tensão, representariam um risco "possível" de leucemia em crianças que moram nas proximidades, alertou nesta sexta-feira (21) a agência de saúde francesa, a Anses.

Fios de alta tensãoem Sagy, na região parisiense.
Fios de alta tensãoem Sagy, na região parisiense. Wikipédia/Licence de documentation libre GNU/J.H. Mora 2005
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Além disso, o órgão recomenda "como precaução" "não criar novas escolas perto das linhas de alta tensão", mesmo que atualmente não tenha sido ainda demonstrado nenhum elo de causa e efeito direto entre os riscos para as crianças e os fios de alta tensão.

A Agência Nacional de Segurança Sanitária da França, que já havia alertado em 2010 sobre uma "possível associação entre a exposição a campos eletromagnéticos de baixa frequência e um risco a longo prazo de leucemia infantil", diz que os novos estudos publicados desde então a levam a "reiterar" suas conclusões.

Os campos magnéticos de baixa frequência são todos aqueles cuja vibração é inferior a cerca de 8,3 kilohertz, o limiar para além do qual as radiofrequências começam. Eles são emitidos por redes de transmissão de eletricidade e transformadores elétricos, mas também pelos transportes, os ímãs, os eletrodomésticos e todos os cabos elétricos nos quais uma corrente possa circular.

No entanto, a maioria dos estudos epidemiológicos disponíveis relacionam o risco a frequências utilizadas para a transmissão de energia eléctrica, de 50 Hz ou 60 Hz, explica Olivier Merkel, chefe da unidade de avaliação de riscos ligados a agentes físicos da Anses.

Cerca de 40.000 crianças expostas

Vários destes estudos mostram um risco aumentado de leucemia infantil a partir de um certo limiar de exposição, medido entre 0,2 e 0,4 microteslas, a unidade de medição do campo magnético, acrescentou Merkel.

Cerca de 40.000 crianças menores de 15 anos estão expostas em casa a um nível ainda maior de campo magnético, de cerca de 0,4 microteslas, e 8.000 crianças que frequentam uma escola estiveram expostos a um nível mais elevado do que esse limite, de acordo com um estudo encomendado pela Anses e realizado pelo instituto público de pesquisa Inserm e pelo Hospital Universitário de Caen, na França.

Em vista desses dados, a Anses "reitera sua recomendação de limitar, por precaução, o número de pessoas expostas a linhas de alta tensão". A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (CIR), agência especializada da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a pesquisa do câncer, classificou em 2002 os campos magnéticos de frequência extremamente baixa - aqueles emitidos por instalações elétricas e postes de eletricidade - como "possíveis" carcinogênios para os seres humanos.

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