França deve reduzir dejetos plásticos no Mediterrâneo, diz WWF

A França é o país mediterrâneo que mais produz dejetos plásticos e deve tomar novas medidas para diminuir a poluição, segundo um relatório publicado pela associação de defesa do meio ambiente WWF nesta sexta-feira (7).

WWF publica um relatório segundo o qual a França é o pior aluno da região mediterrânica em termos de produção de resíduos plásticos. FRED DUFOUR FRED DUFOUR / AFP

As ações, estima a ONG, devem ser implementadas antes da adoção de um acordo regional de luta contra a poluição no Mediterrâneo. De acordo com dados do documento, das 24 milhões de toneladas de plástico produzido todos os anos pelos 22 países banhados pelo mar Mediterrâneo, a França é responsável por 4,5 milhões – cerca de 66,6 kg por habitante. O relatório é baseado em dados de 2016.

Segundo a WWF, cerca de seis milhões de toneladas de plástico são jogadas no mar todos os anos, sendo 600.000 no Mediterrâneo. Por conta dos sistemas de coleta, a França acaba limitando a poluição, mas, apesar disso, a ONG estima que o país é responsável pelo despejo de 80.000 toneladas por ano na natureza, sendo mais de 10.000 no mar Mediterrâneo.

"O plástico vem dos rios. As consequências para o meio ambiente são desastrosas. Peixes, pássaros e cetáceos são particularmente atingidos por essa poluição. Temos imagens de tartarugas com plástico em volta da cabeça, baleias que engoliram dezenas de sacolas plásticas e micro-fragmentos, dos quais falamos menos, engolidos pelos peixes", alerta Ludovic Frère-Escoffier, responsável do programa "Vida nos oceanos da organização WWF.

Acordo para diminuir dejetos plásticos

O plástico no mar, salienta a ONG, é fruto principalmente de uma má gestão dos dejetos e do impacto das atividades turísticas. “No mar, o plástico polui o ecossistema e ameaça a sobrevivência das espécies”, acrescenta a WWF. Para diminuir o impacto ambiental, a ONG propõe que um acordo multilateral seja fechado entre os países para diminuir os dejetos plásticos até 2030.

O acordo poderá ser negociado com base da Convenção de Barcelona, que entrou em vigor em 1978, com o objetivo de proteger o litoral mediterrâneo e as espécies submarinas. À espera desse acordo, a WWF propõe para cada país novas ideias para diminuir a poluição.

No caso da França, que já proíbe o uso de sacolas plásticas que não sejam biodegradáveis, seria necessário assegurar que o plástico fosse reciclado em sua totalidade, eliminando aditivos que não podem ser reaproveitados. A associação cita a criação de uma “ecotaxa” sobre a produção de plástico virgem, além do uso de imagens por satélite para identificar despejos ilegais.