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Imprensa

“Dia D” das diferenças entre Macron e Trump

Os jornais franceses desta quinta-feira (6) destacam o desembarque dos aliados na Normandia há 75 anos, o histórico “Dia D”: uma das páginas mais emblemáticas da Segunda Guerra Mundial. Mas a imprensa fala também sobre o caráter politicamente bélico da comemoração este ano, com Donald Trump no banco dos convidados, ao lado de Emmanuel Macron.

O presidente francês Emmanuel Macron e o presidente dos EUA, Donald Trump, são vistos à frente das comemorações do 75º dia em Portsmouth, Grã-Bretanha, 5 de junho de 2019.
O presidente francês Emmanuel Macron e o presidente dos EUA, Donald Trump, são vistos à frente das comemorações do 75º dia em Portsmouth, Grã-Bretanha, 5 de junho de 2019. Jack Hill/Pool via Reuters
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Cerca de 500 veteranos – americanos, canadenses, britânicos e franceses, principalmente – participam da cerimônia na Normandia, no noroeste francês. Há 75 anos, 45 deles fizeram parte da força de 150 mil militares que, de madrugada, chegaram à costa francesa, sob dominação nazista, em quase sete mil navios. A operação foi seguida de uma batalha que deixou 100 mil mortos, entre eles 20 mil civis, e acabou, em 25 de agosto de 1944, com quatro anos de ocupação alemã na França.

Tradicionalmente, a data tem sido comemorada com ares de nostalgia, com dois presidentes celebrando a amizade entre aliados. Mas o clima é diferente este ano.

"Amargo paradoxo"

Libération fala de “um amargo paradoxo” a respeito da presença de Trump: “o presidente americano professa visões políticas e diplomáticas opostas ao seu predecessor de 1944 [Eisenhower]. Ele combate o multilateralismo, promove o nacionalismo, relança as guerras comerciais e tenta enfraquecer a União Europeia”.

“Todas as luas de mel acabam, até a de Donald Trump e Emmanuel Macron”, diz o conservador Figaro. O jornal cita um diplomata próximo da questão: “Quando foram eleitos em 2017, tudo parecia possível. Hoje, é cada vez mais difícil encontrar um ponto em comum”.

Figaro lembra o discurso de Emmanuel Macron, em novembro do ano passado, denunciado o crescimento dos populismos e fazendo apelo à importância do multilateralismo. Trump revidou com tweets a respeito da “baixa popularidade” do francês e criticando o projeto europeu de Macron.

Discórdia

Os pontos de discórdia, segundo Figaro, são múltiplos: do clima ao comércio, passando pelo papel da Europa e do Irã. Macron não conseguiu influenciar Trump a permanecer no Acordo de Paris sobre o Clima, muito menos no referente ao projeto nuclear iraniano.

Especialistas na França acreditam que a atitude de Trump e seus ataques ao multilateralismo contribuem para enfraquecer o diálogo transatlântico.

O “Aujourd’hui em France” ilustra essa diferença de opiniões com uma charge. Sob uma faixa dizendo “O Dia mais longo”, referente ao “Dia D” do desembarque, podemos ver Macron e Trump com feições irritadas, mas com um pensamento comum: “Quando é que isto termina? Não aguento mais esse cara...”.

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