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abusos sexuais/igreja

Comissão independente vai investigar abusos sexuais na igreja católica francesa desde anos 1950

Uma comissão independente criada pela Igreja Católica francesa para investigar denúncias de abuso sexual por padres iniciou nesta segunda-feira (3) um apelo por testemunhos.

Igreja católica francesa instaura comissão para investigar denúncias de abusos sexuais.
Igreja católica francesa instaura comissão para investigar denúncias de abusos sexuais. Tiziana FABI/AFP
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A comissão (Ciase) foi instituída no ano passado para lidar com os vários escândalos que abalaram a Igreja no país e no mundo. O objetivo é esclarecer abusos sexuais cometidos por religiosos em menores e pessoas vulneráveis desde os anos 1950.

“Pela primeira vez na França, uma instituição independente vai lançar, durante todo um ano, apelos por testemunhas de abuso sexual”, declarou Jean-Marc Sauvé, presidente da comissão e ex-vice-presidente do Conselho de Estado.

Constituída por 22 integrantes - entre juristas, médicos, historiadores, sociólogos e teólogos -, a comissão deve preparar suas conclusões até final de 2020.

“É importante providenciar ajuda psicológica ou legal para as vítimas”, disse Sauvé à AFP.

Papa torna denúncia obrigatória

A comissão tem início após o papa Francisco ter determinado em maio a obrigação de que os integrantes da Igreja Católica que souberem de abusos sexuais informarem a seus superiores, uma medida que pode trazer inúmeros casos à tona.  

Um número especial de telefone (+33180589955), com atendentes especialmente treinados, e um email (victimes@ciase.fr) foram criados para a operação.

Numa segunda etapa, as testemunhas poderão optar por responder a um questionário anônimo, com cerca de 40 a 50 questões, que será, em seguida, “tratado por um instituto de pesquisas e analisado por especialistas”, acrescentou Sauvé. As perguntas foram elaboradas com auxílio de vítimas e associações.

Com esse dispositivo, a comissão espera “milhares de contatos”, baseando-se no resultado de uma operação semelhante na Austrália, que em três anos recebeu cerca de 40 mil respostas, entre uma população de 25 milhões de habitantes.

Outra iniciativa lançada é um pente fino dos arquivos de dioceses e congregações religiosas, que deve levantar denúncias desde 1950, com tipo de autor, número de vítimas e medidas adotadas.

Alto escalão na prisão

Em março, o cardeal francês Philippe Barbarin recebeu uma pena de seis meses de prisão com sursis por não ter denunciado abusos sexuais cometidos por um padre sob sua autoridade.

No mesmo mês, na Austrália, o ex-número três do Vaticano, o cardeal George Pell foi condenado a seis anos de detenção em Melbourne por ter abusado de dois meninos do coro.

 

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