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Com atentado em Lyon, agressor quis incitar "voto racista e populista" nas eleições europeias

Mohamed Hichem M., suspeito de perpetrar o atentado em Lyon na última sexta-feira (24), deu mais detalhes sobre suas motivações à polícia francesa. O estudante argelino afirmou que, com o ato, tinha o objetivo de incitar os franceses a votarem na extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu, realizadas no domingo (26).

Depois de deixar um pacote-bomba em uma rua movimentada de Lyon, agressor deixou o local em uma bicicleta. Imagem das câmeras de segurança de Lyon.
Depois de deixar um pacote-bomba em uma rua movimentada de Lyon, agressor deixou o local em uma bicicleta. Imagem das câmeras de segurança de Lyon. Handout / FRENCH POLICE / AFP
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O agressor, de 24 anos, foi preso no início desta semana. Na última sexta-feira, ele deixou um pacote-bomba em uma rua movimentada de Lyon, no centro da França. A explosão deixou 13 feridos, entre eles, oito mulheres e uma menina de 10 anos.

Ao ser preso, Mohamed negou envolvimento no ataque e se recusou a testemunhar. Seus pais e o irmão mais novo também foram detidos para investigação. Na quarta-feira (29) - terceiro dia de sua prisão para interrogatório - o argelino reconheceu ser o autor do atentado e explicou à polícia como fabricou a bomba artesanal, que continha o explosivo TAPT (peróxido de acetona).

Nesta quinta-feira (30), uma fonte próxima à investigação do ataque afirmou que o estudante também reconheceu ter agido em nome do grupo Estado Islâmico. O objetivo dele com o ato seria incitar os franceses ao “voto racista e populista” nas eleições europeias e “ocasionar uma revolta dos muçulmanos na França”.

Na terça-feira (28), Marine Le Pen, líder do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), afirmou que o governo esperou voluntariamente o fim das eleições para revelar que o agressor é argelino. A hipótese também foi defendida por internautas nas redes sociais. Segundo eles, o presidente francês, Emmanuel Macron, não queria que a nacionalidade do estudante se tornasse um argumento de campanha do RN, célebre por defender ideias xenófobas e racistas.

Perfil do "terrorista de bicicleta"

A imprensa francesa revelou nos últimos dias mais detalhes sobre o perfil de Mohamed Hichem M. ou "o terrorista de bicicleta", como foi apelidado pela mídia. As câmeras de segurança de Lyon gravaram o jovem depositando o pacote-bomba em frente a uma padaria da cidade e depois deixando o local em uma bicicleta.

Desconhecido dos serviços antiterrorismo, Mohamed Hichem M. nasceu em Oran, no noroeste da Argélia, onde se graduou em Ciências da Informática. Em 2017, passou a morar em Lyon, onde já vivia sua família. Com um visto de curta duração, passou a estudar em uma escola local e registrou o pedido para ingressar em uma instituição de ensino superior especializada em tecnologia. Mas não foi aceito por falta de regularização de sua autorização para residência na França.

Em seu perfil no LinkedIn, Mohamed se descreve como programador e ex-estudante da universidade de Oran. Na foto, o jovem aparece sorridente, usando óculos e barba curta.

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