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Dia Mundial da Higien Menstrual

França testa gratuidade de absorventes para mulheres

Para lutar contra a precariedade menstrual, a secretária de Estado da França para a igualdade de gênero, Marlène Schiappa, lançou um projeto para experimentar a gratuidade no fornecimento de proteções higiênicas no país. O anúncio do projeto nesta terça-feira (28) coincide com o Dia Mundial da Higiene Menstrual. A precariedade menstrual também é frequentemente abordada pela Pastoral Carcerária no Brasil, que denuncia as más condições prisionais a que são submetidas as brasileiras.

Hoje é o Dia Mundia Da Higiene Menstrual, 28 de maio de 2019.
Hoje é o Dia Mundia Da Higiene Menstrual, 28 de maio de 2019. Wordpress
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Na França, a missão foi confiada à senadora Patricia Schillinger (LREM), que deve estudar "os objetivos e modalidades" da implementação do dispositivo em vários "lugares coletivos", detalhou Marlène Schiappa. Segundo o site FranceInfo, Schillinger introduziu uma emenda no projeto orçamentário da França para 2019, em dezembro passado, visando a distribuição gratuita de absorventes higiênicos para mulheres em situações precárias em escolas, hospitais ou prisões.

O assunto também gera polêmica no Brasil: em algumas prisões brasileiras, os itens de higiene pessoal são de responsabilidade da própria detenta, ou seja, ela depende daquilo que seus familiares fornecem durante as visitas. O fato é de conhecimento público e já foi relatado em publicações como “Prisioneiras”, de Dráuzio Varella, e “Presos que menstruam”, de Nana Queiroz.

O debate em torno da "precariedade menstrual" chegou às manchetes na França em 2015, durante as discussões sobre os impostos aplicadas às proteções higiênicas. Graças à mobilização de coletivos feministas, os valores foram reduzidos. "A evolução dos preços mostra que essa redução beneficiou as consumidoras", disse o governo francês em um comunicado, enquanto as associações feministas criticaram os valores pouco alterados no produto final.

Substâncias químicas

Marlène Schiappa reuniu na França líderes de associações, empresários e industriais ao lado dos Secretários de Estado como Brune Poirson (Transição Ecológica), Christelle Dubos (Saúde) e Agnès Pannier-Runacher (Economia e Finanças) para discutir "uma estratégia comum visando acabar com o tabu da menstruação na sociedade”, mas também para melhorar a informação às consumidoras sobre a composição dos absorventes.

Em julho de 2018, um relatório da Agência Nacional de Segurança Alimentar da França (ANSES) concluiu que substâncias químicas estão presentes nos absorventes das mulheres - incluindo vestígios de pesticidas. Embora não apresentem um risco para os usuários, a ANSES recomendou que os fabricantes “melhorem a qualidade desses produtos, a fim de eliminar ou minimizar a presença de químicos”.

"Os esforços devem continuar, especialmente em embalagens e instruções de uso, e na conscientização da síndrome do choque tóxico", disse o governo francês em um comunicado. A reação pode ocorrer devido à bactéria Staphylococcus aureus, que pode causar pressão arterial baixa e outros problemas potencialmente graves - aumenta com o uso prolongado de absorventes internos.

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