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Eleições europeias: extrema direita lidera com 23% na França

Os resultados oficiais das eleições europeias de 2019 ainda não foram divulgados, mas diversas sondagens, feitas com eleitores em locais de votação, começam a desenhar o novo parlamento europeu. Na França, o partido de extrema direita Agrupamento Nacional (RN, ex-Frente Nacional), de Marine le Pen, deve sair na frente, com 23,5% dos votos, enquanto a lista da qual faz parte A República em Marcha (LREM), do presidente francês Emmanuel Macron, terminará em segundo, com 22,4%.

A líder da extrema direita, Marine Le Pen, do partido Agrupamento Nacional (RN), e Jordan Bardella chefe de lista do partido para as eleições europeias. 13/01/19
A líder da extrema direita, Marine Le Pen, do partido Agrupamento Nacional (RN), e Jordan Bardella chefe de lista do partido para as eleições europeias. 13/01/19 REUTERS/Christian Hartmann
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As estimativas divulgadas às 20h de Paris pelos institutos Ipsos e Sopra Steria, realizadas para os grupos France Télévisions, Radio France e France Médias Monde, apontam um resultado parecido com o de 2014: mais uma vez, a lista do RN, liderado pelo jovem Jordan Bardella, deve ter o maior número no parlamento europeu, obtendo entre 22 e 24 lugares. O LREM, de Emmanuel Macron, contará com cerca de 22 representantes.

Em terceiro lugar, e garantindo força para a esquerda francesa, está Europa Ecologia – Os Verdes (EELV), com 13,3%, que deverá enviar entre 12 e 13 deputados à sede do parlamento em Estrasburgo. A surpresa da vez foi o baixo índice da lista Os Republicanos (LR), que, com 8,2% dos votos, terá cerca de 8 representantes.

A lista composta pela aliança entre o Partido Socialista (PS) e Praça Pública ficou com apenas 6,4%, garantindo entre 6 e 7 cadeiras. Mesmo resultado do lado do A França Insubmissa (FI): 6,3%, isto é, 6 ou 7 deputados.

Os franceses se mostraram mais mobilizados do que em 2014, com um aumento entre oito e dez pontos na participação, de acordo com as estimativas. Segundo o instituto Ifop-Fiducial, 54% dos eleitores inscritos no território francês votaram.

Em 2014, essa taxa era de 42,4%. Em nível nacional, a participação é ainda maior nas áreas rurais. Esses dados mostram um rompimento com a tendência europeia de pouco interesse por essa votação – como bem mostrou a Eslováquia há cinco anos, com sua baixa taxa de 13% de eleitores que se mobilizaram.

427 milhões de eleitores

A Eurocâmara estima em 427 milhões o número de cidadãos em idade de participar da votação, o que faz desse pleito o segundo com mais eleitores no mundo, atrás apenas das legislativas na Índia. Na maioria dos 28 países europeus, a idade mínima para exercer o direito ao voto é 18 anos. Os gregos podem votar a partir dos 17, e austríacos e malteses, com 16 anos.

Em 2014, as eleições europeias registraram seu pior índice de participação, chegando a 42,6%. Desde as primeiras eleições, em 1979, quando pelo menos 62% dos eleitores foram às urnas, a abstenção aumentou progressivamente. Em 1999, a participação ficou abaixo de 50%.

Em 2014, Bélgica (89,7%) e Luxemburgo (85,6%) registraram a maior taxa de participação. O voto é obrigatório em ambos os países, assim como na Bulgária, no Chipre e na Grécia.  Três países da antiga esfera de influência soviética - Eslováquia (13,1%), República Tcheca (18,2%) e Polônia (23,8%) - registraram o índice mais baixo de comparecimento.

751 cadeiras

Os cidadãos vão eleger um total de 751 representantes para o Parlamento Europeu, distribuídos segundo o número de habitantes em cada país: dos 96, da Alemanha, até seis, de Luxemburgo.

Quando o Reino Unido deixar a UE, o Parlamento contará com apenas 705 cadeiras, já que uma parte dos britânicos será suprimida, e outra, distribuída entre outros países. França e Espanha ganharão mais cinco assentos. Apesar da incerteza sobre a data de saída dos britânicos, os países que ganharem cadeiras com o Brexit devem prever a eleição desses eurodeputados adicionais. Eles assumirão o cargo apenas após a retirada dos britânicos.

36,9% de mulheres

Segundo os cálculos do Parlamento Europeu, a idade média dos eurodeputados durante as eleições de 2014 foi de 53 anos. Em 2019, os europeus votarão em um dinamarquês de 26 anos e em um grego de 91.

Em mais da metade dos países, a idade mínima para se candidatar é 18 anos, mas alguns países têm regras mais drásticas. Na Itália e na Grécia, a idade mínima é 25 anos e, na Romênia, 23.

As eleições de 2014 também registraram a maior proporção de mulheres eleitas eurodeputadas: 36,9%. Desde a primeira edição, em 1979, onde a Eurocâmara contava com apenas 16,3% de mulheres, este percentual continuou aumentando.

Em cinco países da UE, o número de eurodeputadas é igual, ou maior, do que o de homens: Finlândia (10 de 13), Irlanda (6/11), Croácia (6/11), Malta (3/6) e Suécia (10/20). Chipre (1/6), Bulgária (3/17) e Lituânia (2/11) registram o menor número de eurodeputadas, em comparação com os colegas do sexo masculino.

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