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Em clima de incerteza, começa campanha oficial para eleições europeias

A resenha da imprensa francesa desta segunda-feira (13) destaca o início da campanha oficial para as eleições europeias de 26 de maio. Todos os jornais franceses trazem artigos e análises sobre essa reta final, enfocando os principais duelos partidários e o desinteresse dos eleitores pela votação.

Destaque na imprensa francesa para o início da campanha oficial para as eleições europeias de 26 de maio.
Destaque na imprensa francesa para o início da campanha oficial para as eleições europeias de 26 de maio. Fotomontagem RFI
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A eleição é europeia, mas as reportagens destacam quase que exclusivamente a política francesa. "Macron contra Le Pen, o duelo sem clemência das europeias" é o título da matéria do Les Echos. O diário econômico explica que o presidente francês e a líder do partido de extrema direita, Reunião Nacional, entraram em uma briga de foice para chegar em primeiro lugar no dia 26 de maio.

Os analistas veem nessa luta uma revanche da presidencial de 2017 ou já antecipam o primeiro "round" da eleição de 2022. Os candidatos às europeias dos dois partidos, Nathalie Loiseau, do A República em Marcha (LRM) de Macron, e Jordan Bardella, da Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, fazem na noite desta segunda-feira (3) um debate na TV.

A estratégia eleitoral deles é radicalmente oposta. LRM faz dessas eleições um momento primordial para o futuro da Europa e diz que é o único partido pró-europeu francês, capaz de barrar o populismo representado por Marine Le Pen e seus aliados, como o italiano Matteo Salvini, resume Les Echos.

A extrema direita, aproveitando a crise provocada pelo movimento dos coletes amarelos, aposta em uma votação que será transformada em referendo anti-Macron, aponta o texto. Mas as duas siglas têm o mesmo objetivo, vencer as europeias.

Partidos de Macron e Le Pen empatados

O candidato do partido conservador Os Republicanos (LR), François-Xavier Bellamy, tenta ganhar espaço nessa batalha e diz que é decisivo conseguir quebrar esse falso debate entre populistas e progressistas das duas siglas, que lideram as pesquisas no país.

Le Figaro traz uma sondagem que confirma essa tendência. Os partidos do presidente Macron e de Marine Le Pen estão quase empatados. A República em Marcha tem 22% e a Reunião Nacional, 22,5%. Em terceiro lugar, muito distante nas intenções de voto, está Os Republicanos, com 13%, seguido pela França Insubmissa (FI), da esquerda radical, com 10%.

Le Parisien ironiza que a “remontada da direita conservadora tarda”. O diário indica que a lista encabeçada por François-Xavier Bellamy, um jovem filósofo, entusiasma o partido, mas não os eleitores. A causa é dupla, explica um especialista nas páginas do Le Parisien.

Eleições europeias não mobilizam

Primeiro, as eleições europeias não mobilizam o eleitorado e metade dos eleitores tradicionais do LR diz que não vai votar em 26 de maio. Muitos partidários do ex-candidato do partido nas eleições de 2017, François Fillon, afirmam que nessas europeias preferem votar no partido do presidente Emmanuel Macron.

"A situação dos conservadores não é tão preocupante quanto a dos socialistas, que têm apenas 4,5% de intenções de votos, mas as dificuldades de Os Republicanos são reais. O partido do presidente francês continua sugando uma parte da direita”, analisa Jérôme Fourquet, diretor do instituto de sondagem francês Ifop.

Libération prefere destacar nesta reta final das eleições para o Parlamento europeu o duelo à esquerda entre os candidatos da França Insubmissa e ecologistas. Quem vai ganhar? Nenhuma das duas siglas ultrapassa a barra dos 10% nas pesquisas, mas seus candidatos fazem uma intensa campanha pelo voto dos indecisos e acreditam ainda em uma "remontada mágica", a poucos dias da votação, escreve o jornal de esquerda.

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