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França/Notre Dame

Petições na França pedem restauração “idêntica” da agulha de Notre-Dame

Várias petições on-line foram lançadas nos últimos dias pedindo a restauração do mocumento de maneira “idêntica”, sem releituras arquitetônicas, como sugeriu recentemente o governo francês e como defendem alguns arquitetos.

Imagem da catedral de Notre-Dame, devastada por um incêndio em 15 de abril
Imagem da catedral de Notre-Dame, devastada por um incêndio em 15 de abril Michel Euler/Pool via Reuters
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Uma das petições, publicada na plataforma de direita Citizen Go, obteve quase 50 mil assinaturas. O texto critica a iniciativa governamental e a declaração do presidente francês, Emmanuel Macron, no dia 17 de abril, dois dias depois do incêndio. O chefe de Estado francês falou sobre a possibilidade de incluir a arquitetura contemporânea na reconstrução da catedral.

“Centenas de milhares de pessoas fizeram doações para que esse patrimônio fosse reconstituído, e não para alimentar a loucura de um grande escritório de arquitetos”, destaca o texto na plataforma Citizen Go, uma organização fundada na Espanha, ativa em cerca de 50 países, e que se mobiliza por diferentes causas católicas, como a luta contra a “fobia pelo cristianismo”.

“Queremos lembrar que a catedral Notre-Dame é um local de culto. Não é um museu onde os arquitetos podem dar asas à sua imaginação”. Na semana passada, o primeiro-ministro, francês, Edouard Philippe, anunciou um concurso de arquitetura para reconstruir a agulha da catedral. O premiê deu a entender que não seria absolutamente necessário reconstruir uma agulha idêntica àquela que caiu no incêndio, concebida no século 19, ou adaptá-la às técnicas atuais.

A agulha de Notre-Dame, instalada a uma altura de 93 metros, era feita com 500 toneladas de carvalho e 250 de chumbo. Ela foi concebida pelo arquiteto Viollet-le-Duc, em 1852, e construída em 1860 pelo marceneiro Bellu.

Profissionais do setor propõem “plano de emergência”

Em uma tribuna publicada no site da rádio francesa France Info, profissionais da preservação do patrimônio propõem o lançamento de um “plano de emergência” para apoiar o setor, que está em crise há vários anos. De acordo com o texto, o orçamento anual de € 300 milhões é insuficiente até mesmo para garantir a conservação dos monumentos.

O drama de Notre-Dame permitiu, escrevem, que a França despertasse sobre o problema das questões relacionadas ao patrimônio, e expusesse a responsabilidade do país ao mundo. Os fundos permitirão sua reconstrução, afirmam, mas ainda é difícil saber quanto tempo vai demorar a restauração da catedral – cinco anos foi o prazo dado pelo presidente. “Realista ou não, essa reconstrução deve respeitar a estrutura do monumento”, afirma o texto. "O risco seria a descoberta de defeitos anos após a reforma”, concluem os profissionais.

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