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Paris

Curto-circuito em elevador é uma das hipóteses para incêndio na Notre-Dame

A imprensa francesa dedica suas manchetes nesta quarta-feira (17) aos esforços para a reconstrução da Catedral de Notre-Dame de Paris, após o dramático incêndio que destruiu parcialmente a igreja na segunda-feira (15). O jornal Le Parisien traz informações exclusivas sobre as investigações.

O altar da catedral escapou intacto à voracidade das chamas.
O altar da catedral escapou intacto à voracidade das chamas. AFP
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Segundo o diário, cerca de 30 pessoas, a maioria artesãos e operários envolvidos no canteiro de obras de restauração do monumento, já foram ouvidos pela equipe de investigação, composta por 40 policiais e dez peritos. Os depoimentos de dois agentes de segurança chamaram a atenção dos policiais. Eles contaram ter visto as primeiras chamas "de mais de três metros de altura" no telhado e, inclusive, forneceram fotografias que tiraram, à distância, com seus telefones celulares.

Os agentes de segurança afirmaram que o foco inicial do fogo partiu do ângulo onde se encontrava a agulha da igreja, do lado do rio Sena, explica o Le Parisien. A hipótese de um curto-circuito em um dos elevadores instalados na estrutura metálica sobreposta ao telhado é, até o momento, a mais provável, indica o jornal.

A reportagem reporta que, alguns minutos mais cedo, um alarme luminoso anti-incêndio havia aparecido nos computadores de controle do canteiro de obras, mas, devido a um problema de informática, o local das chamas foi mal indicado, o que pode ter atrasado a intervenção dos bombeiros.

Imagem da nave central da Notre-Dame de Paris após o incêndio.
Imagem da nave central da Notre-Dame de Paris após o incêndio. AFP

Pietà de Coustou preservada

Os jornais Le Parisien, Libération e La Croix publicam em suas capas a imagem da nave central de Notre-Dame, coberta por um amontoado de vigas de madeira queimada e pedras que desabaram do teto sobre os bancos da igreja. Mas o detalhe mais impressionante dessas imagens é o estado do altar, construído em 1856, praticamente intacto.

A estátua monumental da Virgem Maria com o corpo do Cristo no colo aparece majestosa, à frente do crucifixo banhado a ouro. A Virgem, também chamada de Pietá de Coustou, é uma obra do escultor Nicolas de Coustou, encomendada por Louis XIV. O mármore sobreviveu ao incêndio ficando apenas chamuscado, assim como outros tesouros da catedral.

"Notre-Dame vai renascer", declara a manchete do Le Figaro. Em seu editorial, o jornal descreve a catedral como "a alma de uma civilização que transcende à história, à geografia, à cultura, à religião e às classes sociais". O diário conservador anuncia que as investigações sobre as causas do incêndio serão "difíceis e longas".

Le Figaro relata que os bombeiros utilizaram o robô Colossus para enfrentar a fornalha. Ligado a um canhão de água, o trator de 1,60m de comprimento, pilotado à distância, ajudou a resfriar o interior da igreja, para que os bombeiros pudessem passar e salvar as relíquias guardadas na sacristia.

Apesar da série de polêmicas já criadas em torno dessa catástrofe, como as doações milionárias de empresas para a restauração do monumento, quando não há dinheiro para questões sociais graves, os franceses estão unidos sobre a necessidade de reconstruir Notre-Dame de Paris, leve o tempo que levar.

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