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A Semana na Imprensa

Jovens franceses vivem com naturalidade ruptura da binaridade homem-mulher

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A revista semanal L'Obs traz uma reportagem especial sobre a "revolução de gênero" em curso na sociedade francesa. Nem rosa, nem azul. "Nem menina, nem menino", diz a manchete de capa da revista. Sete jornalistas e um fotógrafo entrevistaram franceses em todo o país para mostrar que eles estão satisfeitos de descobrir que podem escolher um outro modo de viver sua identidade, livres da binaridade de gênero.

Capa da revista L'Obs com reportagem especial sobre a revolução de gênero na França.
Capa da revista L'Obs com reportagem especial sobre a revolução de gênero na França. Divulgação
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A forma como alguns franceses decidiram estar no mundo, expressando o que trazem dentro de si, desfila pelas páginas da L'Obs. "Brieuc, 21 anos, tem barba e usa batom. Seu nome é masculino, mas ela prefere nomes femininos. Nem homem, nem mulher: Brieuc é não binário. Para ela, isso significa não pertencer nem ao gênero masculino, nem ao feminino."

Segundo uma pesquisa encomendada pela revista semanal ao instituto YouGov, 14% dos franceses da faixa etária de 18 a 44 anos se consideram não binários, ou seja, rejeitam a categorização do rosa e do azul em estado de desconexão e de oposição um ao outro.

As pessoas que assumem uma identidade distanciada da tradicional dicotomia homem-mulher, considerada muito restritiva, têm se tornado cada vez mais visíveis, destaca a revista. Os franceses "encontraram um leque de termos para distinguir as infinitas nuances que podem brotar da expressão individual de cada um: bigênero, intergênero, gênero fluido, neutro, pangênero, andrógino, meio-menino, meio-menina..." É toda uma paleta de cores que se revela entre o branco e o preto. A rede social Facebook propõe mais de 50 opções de gênero, informa o texto. "Estamos longe das duas opções apresentadas nos formulários administrativos", constata a publicação.

Essas reivindicações podem parecer fantasiosas ou marginais. Mas, na realidade, as pessoas que portam esse vanguardismo empurram cada um de nós a se questionar sobre a maneira como a sociedade nos oprime nessa binaridade e constrói estereótipos que nos acompanham ao longo da vida.

Abertura para outras referências culturais

Segundo uma professora de geografia ouvida na reportagem, Alix Teffo-Sanchez, que prepara uma tese sobre a transidentidade no espaço escolar, a geração francesa não binária está chegando. "Graças à internet e a uma abertura a outras referências culturais, tanto importadas dos Estados Unidos quanto presentes nos jogos de vídeo japoneses e na música pop coreana, poucos adolescentes franceses se reivindicam transgêneros, mas aceitam totalmente essa possibilidade", diz a professora.

Sete entrevistados, de 18 a 62 anos, contam como se autorizaram a romper com os códigos sociais, para conquistar a liberdade de viver do jeito que bem entendem. Nem de rosa, nem de azul.

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