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França/síria

França está sem notícias de crianças jihadistas que serão repatriadas da Síria

Em entrevista ao canal France 2, o secretário de Estado para o Interior, Laurent Nuñez, disse que “Paris não sabe muito bem onde estão as 200 ou 300 crianças jihadistas francesas”, que viviam nos redutos do grupo Estado Islâmico.

Uma criança síria no campo de refugiados de al-Hol na província de al-Hasakeh, no nordeste da Síria, 07/01/19
Uma criança síria no campo de refugiados de al-Hol na província de al-Hasakeh, no nordeste da Síria, 07/01/19 Delil souleiman / AFP
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Das 500 crianças filhas de franceses que vivem na Síria ou Iraque, cerca de cem voltaram à França desde 2015, explicou Nuñez em um programa de jornalismo investigativo do canal francês. Ele também disse que não sabe o que aconteceu aos menores. “Alguns deles podem ter morrido nos conflitos”, declarou. Outros podem ter fugido com os pais com o fim das operações da coalizão no país.

Ainda segundo o secretário do governo, 150 nasceram nos territórios que foram ocupados pelo grupo Estado Islâmico na Síria e na Iraque. O retorno para a França, disse, também será analisado individualmente. Em 15 de março, o governo francês repatriou cinco crianças jihadistas com idade inferior a cinco anos, “órfãos e isolados”, que estavam no nordeste da Síria.

Acompanhamento psicológico

As crianças, as primeiras a serem repatriadas da Síria, estavam em abrigos, todas órfãs, pelo menos de mãe, de acordo com uma fonte diplomática. Elas voltaram em um avião da Força Aérea Francesa, estão tendo acompanhamento médico e psicológico especial e foram entregues às autoridades judiciais.

Quatro estão "mais ou menos saudáveis", mas a quinta, "ferida", está em "um estado de saúde ruim", segundo um membro do Ministério das Relações Exteriores. Enquanto as famílias lutam na França pelo retorno dessas crianças, ressaltando que são vítimas de uma situação que não escolheram, as autoridades francesas têm relutado para organizar as repatriações.

Na França, o país ocidental mais afetado por ataques cometidos em nome do grupo EI, o assunto é delicado. De acordo com uma pesquisa publicada no final de fevereiro, 89% dos franceses dizem estar "preocupados" com um possível retorno dos jihadistas (adultos), e 67% acham que Síria e o Iraque deveriam se responsabilizar pelos menores. De acordo com a ONG Save The Children, mais de 3500 crianças de 30 países vivem em acampamentos de pessoas deslocadas.

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