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Imprensa/ polêmica

“Bolsonaro, golden shower e a incontinência digital”, analisa Libération

A publicação de um vídeo obsceno pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, continua a repercutir na imprensa internacional. O tuíte motivou um artigo de análise do editor-chefe do jornal francês Libération, publicado na edição desta sexta-feira (8). Em “Bolsonaro, golden shower e a incontinência digital”, Laurent Joffrin divagou sobre o quanto o uso desenfreado das redes sociais expõe a “banalidade” intelectual de certos governantes.

Para programa francês Quotidien, ao publicar vídeo obsceno, Bolsonaro quis reagir às críticas que recebeu durante o Carvanal.
Para programa francês Quotidien, ao publicar vídeo obsceno, Bolsonaro quis reagir às críticas que recebeu durante o Carvanal. Reprodução
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“Já sabíamos que Bolsonaro sofria de incontinência digital há muito tempo – ele fez disso a sua arma de campanha -, que ele era adepto de declarações grosseiras, racistas, homofóbicas e antidemocráticas. Agora, ele acrescenta à sua coleção a escatologia: o verbo populista progride continuamente”, afirma o texto.

O artigo começa com a ironia de que Bolsonaro, “mais uma vez, se distinguiu por sua elegância e seu delicado sentido de nuance”, e observa que a redução do  Carnaval a uma prática “ultraminoritária” não agradou à maioria dos brasileiros. “O vídeo foi julgado indigno de um chefe de Estado – e isso é o mínimo que podemos dizer”, completa.

Joffrin ressalta que a popularidade de Bolsonaro vem despencando nas pesquisas de opinião pública, passando de 60% de aprovação, quando foi eleito, para 39%, após “o discurso calamitoso e ridículo que ele pronunciou no Fórum de Davos”.

“Parece que os brasileiros perceberam que, votando em qualquer um, deixamos o eleito dizer qualquer coisa e governar de qualquer jeito”, escreve o editor do Libération.

Tema de programa jornalístico francês

O tema também não foi ignorado pelo programa jornalístico Quotidien, que vai ao ar em horário nobre no canal TMC. Ancorado pelo famoso apresentador Yann Barthès e marcado por ironizar a atualidade, o programa da noite de quinta-feira (7) sugeriu que, ao “atacar o Carnaval, maior evento cultural do Brasil e a maior festa popular do mundo”, o presidente reagia às críticas que recebeu desde o início das festividades, seja nos blocos de rua e ou nos desfiles das escolas de samba.

A reportagem detalhou o samba-enredo político da Mangueira, vencedora do Carnaval do Rio, e exibiu diversas imagens de foliões cantando ofensas a Bolsonaro, “o Donald Trump tropical”, lembrou.

Quotidien julgou ainda que publicação do vídeo significa mais um ataque homofóbico de Bolsonaro, antes de relembrar polêmicas declarações do presidente sobre os homossexuais. 

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