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França

Polícia dispersa black blocs em manifestação de coletes amarelos em Paris

De acordo com o ministério do Interior francês, 84.000 manifestantes saíram às ruas em toda a França neste sábado (19), no 10° "ato" dos "coletes amarelos". As passeatas aconteceram sem muitos incidentes em Paris, bateram recorde em Toulouse e foram palco de conflitos em Bordeaux.

Biểu tình Áo Vàng tại Paris, ngày 19/01/2019.
Biểu tình Áo Vàng tại Paris, ngày 19/01/2019. REUTERS/Charles Platiau
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Milhares de coletes amarelos fizeram uma passeata entre a esplanada do monumento dos Inválidos e a praça da Itália, no 13° distrito da capital. O cortejo percorreu as ruas sem incidentes até o final da tarde, quando anarquistas, anticapitalistas e black blocs começaram a depredar pontos de ônibus, semáforos, carros estacionados e bancos de jardins públicos. Os atos de depredação e violência costumam acontecer no final dos protestos.

Nas faixas e cartazes exibidos pelos manifestantes, a revolta e a desaprovação ao presidente Emmanuel Macron continuam visíveis. Pode-se ler "Macron, demissão", "Simulacro de democracia", "Macron impõe, a França explode", entre outros slogans.

Cerca de 5.000 policiais e soldados, além de oito carros blindados, foram acionados para manter a ordem em Paris, 80.000 em todo o país. Em Rennes, a 348 km de Paris, dois policiais, sendo um militar, ficaram feridos em confrontos com manifestantes. Uma mulher teve de ser socorrida depois de inalar gás lacrimogênio e passar mal.

Confrontos violentos em Bordeaux

A cidade de Toulouse bateu recorde com 10.000 manifestantes, segundo a prefeitura, superando Paris (7.000) e Bordeaux (4.000). Enquanto, pela primeira vez, a capital conseguiu terminar um dia de protestos sem grande caos, Bordeaux viu confrontos entre “coletes amarelos” e policiais.

Jornalistas da AFP viram jovens homens mascarados, com roupa de camuflagem, utilizarem martelos para retirar tijolos da calçada e levá-los para perto dos policiais, que reagiram com gás lacrimogêneo e canhões de água. Tensões menores também foram registradas em Toulon, Nancy e Rennes.

Na cidade de Dijon, cerca de cinquenta “coletes amarelos” invadiram o terreno de uma penitenciária para “pedir a libertação de seus camaradas” e partiram antes que a polícia chegasse. Na sexta-feira (18), quatro manifestantes foram condenados à prisão por violência contra soldados durante os protestos do dia 5 de janeiro. Neste sábado, em toda a França, ocorreram dezenas de detenções e 42 somente em Paris.

Teste para Macron após início do debate nacional

O "ato 10" dos coletes amarelos é o primeiro que acontece depois de Macron iniciar o grande debate nacional que recolhe as demandas da população. A mobilização de hoje representa um teste para o centrista. Se o número de manifestantes for menor do que nas semanas precedentes, significa que o presidente começou a recuperar lentamente a confiança de uma parte dos franceses.

Macron participou ontem do segundo debate, desta vez com 600 prefeitos da zona rural de Souillac, cidade do departamento do Lot, na região centro-sul do país. Ele ouviu um apelo para parar de hostilizar os franceses de baixa renda com comentários humilhantes. Depois de tomar nota das reivindicações por melhores salários, reajuste nas aposentadorias e no salário mínimo, mais serviços públicos e um sistema fiscal mais justo, o presidente advertiu que não conseguirá responder a todos esses anseios. Mas, como fez no debate de terça-feira (15), discutiu a situação do país durante 6h30 com os eleitos municipais.

Os protestos deste sábado contaram com uma novidade: o aplicativo criado pelos coletes amarelos, que vem com o botão “Estou mobilizado!”, para facilitar a tarefa de contabilizar o número de manifestantes nas ruas. Em breve, a plataforma deverá também permitir o acesso a caronas compartilhadas e possibilidades de hospedagem.

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