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França/ protestos

“Coletes amarelos” atacam imprensa e impedem jornal de circular

Acontece neste sábado (12) o nono dia de manifestações dos “coletes amarelos” na França, com a expectativa de novos atos de violência. O secretário de Segurança de Paris teme uma "radicalização mais forte" dos integrantes do movimento, iniciado em novembro. Sinal da rejeição dos manifestantes à imprensa, que tem sido um dos alvos preferidos dos protestos, os “coletes amarelos” bloquearam a circulação de um jornal local do norte do país.

Manifestantes saíram às ruas de Paris pelo nono sábado consecutivo.
Manifestantes saíram às ruas de Paris pelo nono sábado consecutivo. REUTERS/Christian Hartmann
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Os manifestantes barraram o depósito do diário La Voix du Nord, em Anzin, e impediram que 20 mil exemplares do dia fossem distribuídos. Cerca de 30 “coletes amarelos” ameaçaram incendiar o caminhão que havia recuperado os exemplares na gráfica e faria a entrega do jornal, conforme o diretor da publicação, Gabriel d’Harcourt. A publicação anunciou que entraria com queixa contra os manifestantes. Em dezembro, 180 mil exemplares do jornal Ouest-France foram bloqueados pelos manifestantes, em uma ação semelhante.

Na última segunda-feira (7), jornalistas da emissora BFMTV fizeram uma “greve de cobertura” da manifestação para protestar contra os ataques que os jornalistas têm recebido durante os atos dos “coletes amarelos”. A imprensa é acusada de parcialidade, em um movimento que aposta nas redes sociais para ganhar adeptos.

Nesse contexto, as páginas dos “coletes amarelos” são inundadas de vídeos ao vivo durante os protestos – muitos manifestantes alegam que essa é a única maneira de transmitir informações verídicas sobre as manifestações. A circulação de fake news nas redes sociais do movimento também é comum.

Autoridades esperam novo fôlego

A expectativa das autoridades francesas é de que as manifestações recuperem fôlego neste sábado, agora que passaram as festas de fim de ano. Em torno de 60 mil manifestantes poderão ir às ruas em todo o país.

Cerca de 80 mil policiais e militares estarão mobilizados em toda a França para enquadrar os protestos, dos quais 5 mil somente em Paris. Na capital, os “coletes amarelos” se concentraram pela manhã em torno do ministério francês das Finanças. No início da tarde, no horário francês, eles começaram a caminhar em direção à zona do Palácio do Eliseu e do Arco do Triunfo, que está, mais uma vez, isolada pela polícia. Não houve registros de incidentes até o início da tarde, no horário francês.

A cidade de Bourges, a 300 quilômetros de Paris, deve receber o maior ato, conforme lideranças do movimento. Várias pessoas foram detidas, por estarem portando objetos que poderiam servir para provocar ataques ou depredações.

Na véspera de mais esse dia de protestos, o presidente Emmanuel Macron declarou que "muitos franceses não conhecem o verdadeiro esforço do trabalho". Macron afirmou que é preciso melhorar a formação dos jovens franceses, para que eles tenham uma profissão. A afirmação causou polêmica nas redes sociais e inflou os manifestantes com novas críticas ao presidente.

Com informações da AFP

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