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França/ política

Macron cancela ida a Davos na véspera de mais protestos de "coletes amarelos"

Cerca de 80 mil policiais e militares estarão mobilizados neste sábado (12) em toda a França para o nono dia de manifestações dos coletes amarelos. Alegando “agenda carregada” na França, o presidente Emmanuel Macron cancelou a participação no Fórum Econômico de Davos, um dia depois de o americano Donald Trump também anunciar que não comparecerá ao evento.

Presidente francês, Emmanuel Macron, não participará do fórum de Davos na Suíça.
Presidente francês, Emmanuel Macron, não participará do fórum de Davos na Suíça. Ludovic Marin/Pool via REUTERS
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Os manifestantes franceses marcaram, pelas redes sociais, um protesto em La Défense, o bairro financeiro de Paris, sede de bancos e grandes empresas. Um segundo ato ocorrerá em Bourges, cidade na região central do país e de fácil acesso para um maior número de participantes.

Temendo depredações, as autoridades municipais de Bourges baixaram um decreto proibindo o acesso ao centro histórico da cidade, a 248 km de Paris. A tática dos coletes amarelos de espalhar os protestos pelo país dificulta o trabalho da polícia e é um desafio para o governo.

Radicalização do movimento

As mensagens dos coletes amarelos nas redes sociais estão cada vez mais violentas, com propostas de ataques às instituições e ameaças de morte e intimidação aos deputados do partido do presidente Emmanuel Macron.

Uma parcela do movimento se radicaliza pela incitação de porta-vozes como o militante de extrema direita Maxime Nicolle. Ele está estimulando os franceses a sacar o dinheiro dos bancos, para provocar uma crise no sistema financeiro. Nos grupos de "coletes amarelos" no Facebook circulam posts antissemitas, xenófobos, racistas e pedindo a queda de Macron.

Manifestantes vandalizam o Arco do Triunfo no dia 1° de dezembro de 2018.
Manifestantes vandalizam o Arco do Triunfo no dia 1° de dezembro de 2018. Geoffroy VAN DER HASSELT / AFP

Uma enxurrada de fake news inunda com mentiras as redes sociais. Uma delas diz que Macron contratou policiais estrangeiros para reprimir os manifestantes. O dedo da Rússia também aparece na manipulação. Circula entre os "coletes amarelos" um post dizendo que a economia russa está em plena recuperação, depois de o presidente Vladimir Putin expulsar o banco Rothschild do país. Antes de entrar no governo do ex-presidente François Hollande como assessor econômico no Palácio do Eliseu, Macron trabalhou como gerente associado no banco Rothschild.

Macron não vai a Davos

Em meio a essa guerra de comunicação, o governo tenta organizar um debate nacional para canalizar as reivindicações dos "coletes amarelos", mas elas são muito díspares. Em comum, a maioria quer o restabelecimento do imposto sobre a fortuna (ISF), parcialmente abolido por Macron, a redução de privilégios dos políticos e maior representatividade no Parlamento.

Para acompanhar de perto a crise dos "coletes amarelos", Macron cancelou sua participação no Fórum Econômico Mundial de Davos, de 21 a 25 de janeiro, na Suíça. Nota do Palácio do Eliseu afirma que o chefe de Estado está com a agenda cheia de compromissos destinados a solucionar a crise.

No dia 21 de janeiro, ele vai receber os dirigentes de 150 empresas francesas e estrangeiras, em uma reunião realizada no Palácio de Versalhes com o objetivo de atrair investimentos ao país.

Com informações da AFP

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